Fonte: Arquivo Público do Paraná
Olá, companheiros de viagem! Criei este blog pelo desejo imenso de trocar informações sobre a cidade que mais amo no mundo: CERRO AZUL, que é minha, que é sua, que é de todos que como eu, de coração ou de berço, perto ou longe, têm o seu nome guardado para sempre no coração. Se você é cerro-azulense de nascimento ou de paixão, se você busca simplesmente saber mais sobre esse cantinho, não importa!!!! Todos são bem vindos para ajudar a construir essa história!
26 de out. de 2009
Título de Propriedade
Título de propriedade do lote de terras adquirido na Colônia Assunguy por Alfredo von der Osten.
Fonte: Arquivo Público do Paraná
25 de out. de 2009
Vila Charquetti
Foi construída pelo imigrante italiano Giovanni Charquetti (João Charquetti). Seu filho, Humberto Charquetti, odontólogo, sucedeu-lhe na administração dos negócios. Dr. Humberto teve três filhos: João, Arlete e Humberto Júnior. Hoje a casa pertence a Sra. Arlete Charquetti. Segundo estudo realizado pela USP, no estudo do patrimônio arquitetônico da área de influência da LT bateias – Ibiúna é uma edificação em estilo eclético com telhado de influência polonesa.
Palacete Bassetti
Foi construído pelo senhor Carlos Bassetti (um dos prefeitos de Cerro Azul), filho de imigrantes italianos, em lote definitivo expedido pelo Império na época da ocupação da antiga Colônia Assunguy. Carlos Bassetti foi casado com a senhora Reinalda Bichels Bassetti, que foi uma das primeiras professoras do Grupo Escolar de Cerro Azul. Ponto de encontro tradicional da sociedade cerro-azulense, em suas dependências funcionou o "Grêmio Gerânio". Conta-se que as noivas escolhiam sua bela escadaria para tirar fotografias de casamento. Após a morte trágica do marido (ele caiu de um andaime utilizado para a reforma da Igreja Matriz), Dona Reinalda continuou morando na casa com sua única filha Emy, que se casou com o senhor Oscar Bassetti, professor, solicitador e agricultor. A casa pertence ainda à família, hoje representada por seus netos: Neide, Carlos Oney e Cleusy. Hoje abriga o PROVOPAR - Cerro Azul.
Casa da Cultura
O prédio é quase tão antigo quanto Cerro Azul, pois foi construído a pedido dos imigrantes alemães e a mando do governo da Província do Paraná, em 1875, servindo como templo de culto. Segundo Dr. Ruy Vilella Guiguer, pesquisador da história e da cultura de Cerro Azul, foi a primeira igreja evangélica ecumênica da região, porque nela congregavam os presbiterianos calvinistas (franceses), os luteranos (alemães) e outros grupos evangélicos. O templo era dirigido na época pelo missionário imigrante inglês GEORGE BIECKERSTH, antepassado da Família Bichels. A edificação foi também sede do Grupo Escolar de Serro Azul, sendo reformada na gestão do Prefeito Athanagildo de Souza Laio e do Governador Moisés Lupion e pertencendo à municipalidade até 1981. Em 29 de janeiro de 1982, durante a gestão do Prefeito Altenir Alves David e do governador Ney Amintas de Barros Braga, o prédio foi doado ao governo do estado do Paraná, sendo utilizado como Fórum da Comarca de Cerro Azul até setembro de 2003. Com a mobilização da comunidade cerro-azulense, coordenada pelo advogado Dr. Ruy Vilella Guiguer, o prédio retornou ao município em regime de comodato em 02 de fevereiro de 2005, para finalidades estritamente culturais – abrigar “a Casa da Memória, Centro Cultural, Museu e atividades afins”, durante a gestão do Prefeito Valdemir Santos Porfírio e do Governador Roberto Requião de Melo e Silva. Hoje, além de referência turística do município pelo fato de ser uma edificação da época da Colônia Assunguy, a Casa da Cultura presta informações históricas e culturais do município, contando com uma sala da memória, arquivo de artefatos diversos, achados arqueológicos, vestuário e documentos variados sobre a história do município, além de acervo de material para pesquisa sobre História do Paraná e História de Cerro Azul, colocados à disposição comunidade.
Casa da Cultura de Cerro Azul
Rua Padre Luciano Maria Usai, 84
Centro - Cerro Azul - Paraná
CEP 83570-000
Fone - (41) 3662 1722
E-mail - culturacerro@hotmail.com
Edifício Capitão Guilherme Straube
O terreno e
a construção do prédio foram uma doação do capitão Guilherme Straube, filho do
imigrante alemão Franz Gustav Straube, que se tornaria um dos prefeitos de
Cerro Azul. Inicialmente o prédio tinha a finalidade de servir como hospital,
administrado por irmãs de caridade. Hoje abriga a Prefeitura. Sobre a
construção há muitas histórias sobre pessoas que nasceram em suas dependências
(como é o caso da funcionária Regina Golinelli), além das lendas sobre
assombrações e “panelas de ouro”...
O Brasão do Município de Cerro Azul
Idealizador e Criador do Brasão: O cerro-azulense Lineu Bassetti
Foi criado pelo Projeto de Lei N° 001/66, em 02 de maio de 1966, durante a primeira gestão do Prefeito Nivaldo Enio de Moura e Costa. É composto de:
- Uma cabeça de gado, representando a pecuária.
- Um ramo com duas laranjas, representando a citricultura.
- Um homem lavrando a terra, representando a agricultura.
- Montes representando os acidentes geográficos próprios, bem como lembrando os minérios.
Encimando o escudo, a coroa do Império, simbolizando a época em que foi criada a colônia. Ladeando o escudo central, dois ramos: milho e cana de açúcar, riquezas do município. Abaixo do escudo, uma faixa com uma data em cada extremo: 1860 - data da criação da colônia; 1897, data de elevação à categoria de Município, tendo na parte central a legenda: “UNIO-LABOR-PROGRESSUS”, separados por um traço de união e significando o progresso como fruto do trabalho em conjunto.
Observação:
Em 07 de dezembro de 1994, durante a segunda gestão do Prefeito Nivaldo Enio de Moura e Costa, pelo Projeto de Lei N° 024/94, o escudo oficial sofreu alterações:
- Foi introduzido o atual mapa do município;
- Foi introduzida a data do ano de instalação da Comarca - 1890. Esta data substitui a data de 1897, localizada na faixa abaixo do escudo.
Rios de Cerro Azul
O município faz parte da Bacia Hidrográfica do Atlântico, sub – bacia do Rio Ribeira, que consiste em um sistema fluvial bastante recente com relação aos rios que formam a Bacia do Rio Paraná.Os rios localizados no município são: Ribeira, Ponta Grossa, Pinhal Grande, Tigre, Barra Bonita, Rio da Bomba, Rio do Despraiado, Mato Preto, Três Barras, Rio do Meio, Rio do Campo, Bom Sucesso, Rio da Limeira,São Sebastião, Bocaininha, Pulador, Rio Abaixo, Lajeadinho, Lageado Grande, Bonito, Rio da Piedade, Estrelinha, Rio do Vieira, Rio dos Veados, Rio Itupava, Rio Guaraipos e Quebrada Funda.
BARÃO DO SERRO AZUL
O REI DA ERVA MATE
Ildelfonso Pereira Correia foi um empresário inovador. Nasceu em Paranaguá em 6 de agosto de 1849, estudou Humanidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas voltou ao Paraná para tocar o seu primeiro engenho de erva-mate em Antonina. Após a construção da Estrada da Graciosa, ele transferiu os negócios para Curitiba e, na cidade, mostrou como era ser um homem com visão moderna para a economia. Manteve comércio com Montevidéu e Buenos Aires. Tornou-se o maior exportador de erva-mate do Paraná e o maior produtor do mundo. Foi um dos fundadores da Imprensa Paranaense, a qual usava para imprimir as embalagens da erva-mate. Também contribuiu com a fundação do Clube Curitibano. Criou ainda a Associação Comercial do Paraná (ACP). O empresário recebeu a comenda Ordem da Rosa, de dom Pedro II, pela prestação de serviços ao monarca. Durante a visita da princesa Isabel a Paranaguá, Ildefonso foi agraciado com o título de barão. O nome Serro (que significa serra, espinhaço) Azul foi uma homenagem a uma vila que existia em Curitiba, a qual ele ajudou a construir, a Vila do Serro Azul. Antes disso, havia o Visconde de Cerro (colina) Azul – título concedido ao militar gaúcho João Pereira Martins, durante o primeiro reinado.
QUEM É O CULPADO?
Fonte:http://portal.rpc.com.br/ – publicado em 31/01/2009
Limites e rodovias
- LIMITES - O território do município está limitado ao Sul pelos municípios de Bocaiúva do Sul e Rio Branco do Sul, a Oeste pelo município de Castro, ao Norte pelo município de Doutor Ulysses e pelo Estado de São Paulo e a Leste pelos municípios de Adrianópolis e Tunas do Paraná. A sede do município distancia - se 84,56 km da capital do Estado, é sede de comarca e possui o distrito administrativo de São Sebastião
- RODOVIAS
- Pavimentada de pista dupla – PR 092: Cerro Azul – Curitiba: Rodovia Gertrudes Manguer da Rosa
- Pista não pavimentada – PR 340: Cerro Azul – Tunas do Paraná
Dados Geográficos
Região administrativa: Área 2 - Área Metropolitana de Curitiba
Área territorial: 1.341,323 Km² (Fonte: SEMA - 2005)
Distância em relação à capital: 84,56 km (Fonte: SETR – 2005)
Latitude Sul: 24°29’25¨
Longitude: 49°15’45¨
Altitude: 393,00 m acima do nível do mar
Área territorial: 1.341,323 Km² (Fonte: SEMA - 2005)
Distância em relação à capital: 84,56 km (Fonte: SETR – 2005)
Latitude Sul: 24°29’25¨
Longitude: 49°15’45¨
Altitude: 393,00 m acima do nível do mar
Hino de Cerrro Azul
Autor da letra: Sebastião Lima
Compositor da música: Sebastião Lima
Transcrição da letra:
Foi aqui, numa história vibrante
Que os pioneiros num trabalho viril
Descobriram esta gleba pujante
Neste recanto feliz do meu Brasil!
Nestes versos da nossa mensagem
A Isabel, a querida Redentora
O nosso afeto e a nossa homenagem
Por nos ter dado esta jóia promissora
És meu amor!
És minha vida!
Cerro Azul, jardim em flor!
Onde a gente / sempre unida,
Tem as bênçãos de Nosso Senhor
Nossa Senhora da Guia
Milagrosa padroeira
Nos dê sempre a alegria
De amar esta terra hospitaleira
Cerro Azul, tens um céu de puro anil
E altiva serra protegendo o teu chão
Tens um povo tão ordeiro e gentil
Que luta e vive por seu amado rincão
Aos pioneiros que vieram de além – mar
Nosso respeito e a nossa gratidão
Os seus feitos nós iremos guardar
Para sempre em nosso coração
(Fonte: Boletim Oficial do Município de Cerro Azul – edição revisada – 01/12/1990)
Compositor da música: Sebastião Lima
Transcrição da letra:
Foi aqui, numa história vibrante
Que os pioneiros num trabalho viril
Descobriram esta gleba pujante
Neste recanto feliz do meu Brasil!
Nestes versos da nossa mensagem
A Isabel, a querida Redentora
O nosso afeto e a nossa homenagem
Por nos ter dado esta jóia promissora
És meu amor!
És minha vida!
Cerro Azul, jardim em flor!
Onde a gente / sempre unida,
Tem as bênçãos de Nosso Senhor
Nossa Senhora da Guia
Milagrosa padroeira
Nos dê sempre a alegria
De amar esta terra hospitaleira
Cerro Azul, tens um céu de puro anil
E altiva serra protegendo o teu chão
Tens um povo tão ordeiro e gentil
Que luta e vive por seu amado rincão
Aos pioneiros que vieram de além – mar
Nosso respeito e a nossa gratidão
Os seus feitos nós iremos guardar
Para sempre em nosso coração
(Fonte: Boletim Oficial do Município de Cerro Azul – edição revisada – 01/12/1990)
24 de out. de 2009
Antiga vista de Cerro Azul... ou Serro Azul?
Esta imagem pertence ao banco de imagens da Casa da Cultura de Cerro Azul. Não temos a data em que foi feita, mas ela traz informações muito interessantes:
1. Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, padroeira da cidade (repare que o templo está sendo construído ou reformado).
2. Casa da Cultura de Cerro Azul (ainda como templo religioso protestante).
3. Uma das casas mais antigas da cidade, construída como templo religioso, mais tarde tornou-se cadeia.
4. Aqui futuramente será a Praça Monsenhor Celso.
5. Residência do Coronel Antonio Hermógenes de Araújo, político da região do Vale do Ribeira. Era a única residência particular de 02 andadres na Cerro Azul do início do séc. XX.
6. Casa onde morou o Sr. Benjamim de Moura e Costa. Hoje no terreno está o consultório do Dr. Lauro de Moura e Costa Júnior.
7. Antigo prédio da Prefeitura (hoje abriga a Câmara Municipal).
8. Clube Recreativo e Literário 07 de Setembro.
9. Hotel dos Estrangeiros (hoje Centro Comercial Bassetti).
10. Casa onde hoje funciona o Cartório de João Carlos Godoy.
11. Palacete Bassetti (hoje abriga o PROVOPAR - Cerro Azul)
22 de out. de 2009
História de Cerro Azul
No século XIX, a Europa vivia um momento de crise econômica (causada pelos efeitos econômicos e sociais do processo de urbanização e industrialização em andamento desde o século XVIII com o advento da Revolução Industrial) e políticos (movimentos revolucionários e unificação da Itália e da Alemanha). Esses efeitos contribuíram para os movimentos imigratórios, que deslocaram sessenta milhões de europeus em direção à América. Quem são essas pessoas? Há um grande contingente de trabalhadores urbanos e de camponeses miseráveis que não têm nenhuma perspectiva de melhoria em sua qualidade de vida. Esses trabalhadores emigram para a América com a esperança de encontrar uma vida melhor: encontrar um novo lar para trabalhar, constituir família e, se possível, fazer fortuna. Era a possibilidade de construir uma nova vida longe da crise econômica. Os operários fogem das cidades, dos baixos salários das fábricas e das péssimas condições de vida. Os camponeses, expulsos da terra, também não desejam terminar seus dias nas cidades. O empobrecimento também atingia os artesãos urbanos, porque suas oficinas não conseguiam concorrer com as fábricas. Por outro lado, aqui na América a nova configuração econômica do mundo capitalista tinha a necessidade crescente de mão-de-obra, além do fato de que enormes quantidades de terras esperavam para serem ocupadas, do ponto de vista demográfico e econômico. Havia então uma grande necessidade de mão-de-obra. Havia a preocupação por parte do poder instituído em “branquear” a população, pois naquele momento histórico a presença da população afro-descendente no território nacional (não apenas na Província do Paraná) era vista como perniciosa.
Por que foi criada a Colônia Assunguy?
Desde a criação da província do Paraná, em 1853, havia a preocupação por parte do governo em preencher os “vazios demográficos” povoando o território, além da questão da substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre. O objetivo do governo da época era tornar a colônia o celeiro agrícola da província, pois a província do Paraná passava por uma crise de abastecimento, chegando a faltar alimentos para aqueles que aqui viviam. Dividida em pequenas propriedades, a colônia recebeu imigrantes que além de serem de diferentes nacionalidades também tinham profissões bem diversificadas. Acreditava-se na época que era necessário “promover a tonificação do povo brasileiro” com a entrada do colono estrangeiro. O imigrante ajudaria a apurar tanto a “raça” brasileira como o trabalho, levando o elemento nacional a produzir. Esses princípios foram aplicados na criação da Colônia Assunguy, que desenvolveu-se rapidamente e chegou a ficar famosa pela sua riqueza. Com altos e baixos, o movimento imigratório ocorreu.
Como foi organizada a Colônia?
No Paraná tivemos duas formas de colonização: a oficial promovida pelo Governo Imperial e pelos presidentes da província e a não oficial promovida por particulares. A princípio as colônias oficiais foram organizadas para receber um determinado grupo étnico, mas na maioria das vezes receberam colonos de diferentes nacionalidades e de diferentes regiões do Brasil. Foi o caso da colônia Assunguy que a partir de 1860 recebeu ingleses, franceses, alemães, nacionais e outros. A colônia localizava-se perto do Rio Ponta Grossa, localizada a cerca de 100 km a nordeste de Curitiba. Tinha a área de 13.939.200.000 metros, divididos em três territórios e cinco perímetros com 134.240.000 metros cada um. Abrangia terras hoje pertencentes ao município de Rio Branco do Sul, pois sua origem estava nas vastas realizações do plano colonizador do Assunguy, de cuja colonia foi Cerro Azul o núcleo principal, localizado no segundo território. Inicialmente estava destinada a receber apenas estrangeiros. Porém, já em 1861, tornou-se mista.
Como deveria ser a colônia e como foi de fato?
Em tese, o governo provincial deveria fixar os imigrantes em terras de melhor qualidade, em prestar-lhes assistência nos primeiros tempos e em garantir o escoamento para centros urbanos do excedente de alimentos produzidos pelo núcleo colonial. Na prática isso não ocorreu. As dificuldades eram muitas: a grande distância dos mercados consumidores, falta de pessoas que soubessem trabalhar a terra (muitos colonos não eram agricultores), estradas sem as mínimas condições para o transporte da produção e o solo acidentado. As condições naturais e a falta de infra-estrutura contribuíram para o declínio da colônia. A vida do imigrante era muito difícil: até chegar às terras que deveria ocupar recebiam ajuda do governo para o transporte, estadas em pensões, saúde e outros suprimentos necessários. Uma vez recebido seu lote, tinha garantido o emprego na construção de estradas. Esse trabalho objetivava dar condições de sobrevivência ao imigrante, até suas lavouras começarem a produzir e ocorrer a primeira colheita. Registros históricos informam que as reclamações por parte dos imigrantes eram muitas e a falta de condições de sobrevivência levou muitos colonos a desistirem da nova vida. Alguns voltaram para o país de origem enquanto outros foram para regiões urbanas.
Quais as contribuições deixadas pelos imigrantes?
A imigração talvez não tenha atendido os objetivos imediatos projetados pelo governo, mas com certeza trouxe mudanças importantíssimas: a implantação da pequena propriedade, a figura do colono e a mão-de-obra livre, a difusão de ofícios como carpinteiro, ferreiro, marceneiro e outros. Havia imigrantes que eram agricultores que se dedicaram a criar gado e outros animais, além da agricultura. Os divertimentos também foram marcados pela presença imigrante. Há registros da realização, por exemplo, de um baile já na então Vila do Serro Azul, realizado na casa do negociante alemão Jorge Kaiser. A realidade dura e árdua da colônia era muito diferente da imagem construída pela propaganda que o imigrante via na sua terra de origem. Muitos imigrantes não se adaptaram e voltaram ao país de origem, possivelmente devido às dificuldades de adaptação ao clima quente e ao estilo de vida brasileiro, por terem sofrido com as doenças tropicais e pelo abandono por parte do poder público. Porém, aqueles que ficaram se tornaram os pioneiros, ajudando a construir Cerro Azul.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA - ALGUMAS DATAS IMPORTANTES
No século XIX, a Europa vivia um momento de crise econômica (causada pelos efeitos econômicos e sociais do processo de urbanização e industrialização em andamento desde o século XVIII com o advento da Revolução Industrial) e políticos (movimentos revolucionários e unificação da Itália e da Alemanha). Esses efeitos contribuíram para os movimentos imigratórios, que deslocaram sessenta milhões de europeus em direção à América. Quem são essas pessoas? Há um grande contingente de trabalhadores urbanos e de camponeses miseráveis que não têm nenhuma perspectiva de melhoria em sua qualidade de vida. Esses trabalhadores emigram para a América com a esperança de encontrar uma vida melhor: encontrar um novo lar para trabalhar, constituir família e, se possível, fazer fortuna. Era a possibilidade de construir uma nova vida longe da crise econômica. Os operários fogem das cidades, dos baixos salários das fábricas e das péssimas condições de vida. Os camponeses, expulsos da terra, também não desejam terminar seus dias nas cidades. O empobrecimento também atingia os artesãos urbanos, porque suas oficinas não conseguiam concorrer com as fábricas. Por outro lado, aqui na América a nova configuração econômica do mundo capitalista tinha a necessidade crescente de mão-de-obra, além do fato de que enormes quantidades de terras esperavam para serem ocupadas, do ponto de vista demográfico e econômico. Havia então uma grande necessidade de mão-de-obra. Havia a preocupação por parte do poder instituído em “branquear” a população, pois naquele momento histórico a presença da população afro-descendente no território nacional (não apenas na Província do Paraná) era vista como perniciosa.
Por que foi criada a Colônia Assunguy?
Desde a criação da província do Paraná, em 1853, havia a preocupação por parte do governo em preencher os “vazios demográficos” povoando o território, além da questão da substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre. O objetivo do governo da época era tornar a colônia o celeiro agrícola da província, pois a província do Paraná passava por uma crise de abastecimento, chegando a faltar alimentos para aqueles que aqui viviam. Dividida em pequenas propriedades, a colônia recebeu imigrantes que além de serem de diferentes nacionalidades também tinham profissões bem diversificadas. Acreditava-se na época que era necessário “promover a tonificação do povo brasileiro” com a entrada do colono estrangeiro. O imigrante ajudaria a apurar tanto a “raça” brasileira como o trabalho, levando o elemento nacional a produzir. Esses princípios foram aplicados na criação da Colônia Assunguy, que desenvolveu-se rapidamente e chegou a ficar famosa pela sua riqueza. Com altos e baixos, o movimento imigratório ocorreu.
Como foi organizada a Colônia?
No Paraná tivemos duas formas de colonização: a oficial promovida pelo Governo Imperial e pelos presidentes da província e a não oficial promovida por particulares. A princípio as colônias oficiais foram organizadas para receber um determinado grupo étnico, mas na maioria das vezes receberam colonos de diferentes nacionalidades e de diferentes regiões do Brasil. Foi o caso da colônia Assunguy que a partir de 1860 recebeu ingleses, franceses, alemães, nacionais e outros. A colônia localizava-se perto do Rio Ponta Grossa, localizada a cerca de 100 km a nordeste de Curitiba. Tinha a área de 13.939.200.000 metros, divididos em três territórios e cinco perímetros com 134.240.000 metros cada um. Abrangia terras hoje pertencentes ao município de Rio Branco do Sul, pois sua origem estava nas vastas realizações do plano colonizador do Assunguy, de cuja colonia foi Cerro Azul o núcleo principal, localizado no segundo território. Inicialmente estava destinada a receber apenas estrangeiros. Porém, já em 1861, tornou-se mista.
Como deveria ser a colônia e como foi de fato?
Em tese, o governo provincial deveria fixar os imigrantes em terras de melhor qualidade, em prestar-lhes assistência nos primeiros tempos e em garantir o escoamento para centros urbanos do excedente de alimentos produzidos pelo núcleo colonial. Na prática isso não ocorreu. As dificuldades eram muitas: a grande distância dos mercados consumidores, falta de pessoas que soubessem trabalhar a terra (muitos colonos não eram agricultores), estradas sem as mínimas condições para o transporte da produção e o solo acidentado. As condições naturais e a falta de infra-estrutura contribuíram para o declínio da colônia. A vida do imigrante era muito difícil: até chegar às terras que deveria ocupar recebiam ajuda do governo para o transporte, estadas em pensões, saúde e outros suprimentos necessários. Uma vez recebido seu lote, tinha garantido o emprego na construção de estradas. Esse trabalho objetivava dar condições de sobrevivência ao imigrante, até suas lavouras começarem a produzir e ocorrer a primeira colheita. Registros históricos informam que as reclamações por parte dos imigrantes eram muitas e a falta de condições de sobrevivência levou muitos colonos a desistirem da nova vida. Alguns voltaram para o país de origem enquanto outros foram para regiões urbanas.
Quais as contribuições deixadas pelos imigrantes?
A imigração talvez não tenha atendido os objetivos imediatos projetados pelo governo, mas com certeza trouxe mudanças importantíssimas: a implantação da pequena propriedade, a figura do colono e a mão-de-obra livre, a difusão de ofícios como carpinteiro, ferreiro, marceneiro e outros. Havia imigrantes que eram agricultores que se dedicaram a criar gado e outros animais, além da agricultura. Os divertimentos também foram marcados pela presença imigrante. Há registros da realização, por exemplo, de um baile já na então Vila do Serro Azul, realizado na casa do negociante alemão Jorge Kaiser. A realidade dura e árdua da colônia era muito diferente da imagem construída pela propaganda que o imigrante via na sua terra de origem. Muitos imigrantes não se adaptaram e voltaram ao país de origem, possivelmente devido às dificuldades de adaptação ao clima quente e ao estilo de vida brasileiro, por terem sofrido com as doenças tropicais e pelo abandono por parte do poder público. Porém, aqueles que ficaram se tornaram os pioneiros, ajudando a construir Cerro Azul.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA - ALGUMAS DATAS IMPORTANTES
- Freguesia criada com a denominação de “Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Serro Azul, pela lei provincial n.º 307, de 02/04/1872, no município de Votuverava.
- Elevado à categoria de vila com a denominação de “Vila Assungui”, por lei provincial n.º 680, de 27/10/1882, desmembrado de Votuverava. Sede na colônia de Assunguy. Constituído do distrito sede. Instalado em 20/02/1883.
- Pela lei provincial n.º 816, de 07/11/1885, o município de Assungui passou adenominar-se Serro Azul. Elevado à cidade, pela lei estadual n.º 259, de 27/12/1897. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município de Cerro Azul é constituído do distrito sede.
- Pelo decreto n.º 1399, de 22/06/1931, o município de “Assungui de Cima” foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Cerro Azul. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído dodistrito sede. Em divisões territoriais datadas de 31/12/1936 e 31/12/1937, o município figura com 3 distritos: Cerro Azul, Assungui e Varzeão.
- Pelo decreto-lei estadual n.º 7573, de 20/10/1938, o município de Cerro Azuladquiriu os distritos de Rio Branco e São Silvestre do extinto município de Rio Branco.
- No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Cerro Azul é constituído de 5 distritos: Cerro Azul, Açunguí, Rio Branco, São Silvestre e Varzeão.
- Pelo decreto-lei estadual n.º 199, de 30/12/1943, transfere o distrito de São Silvestre para o novo município de Campo Largo. Sob o mesmo decreto, o distrito de Rio Branco passou a denominar-se Votuverava.
- Pela lei estadual n.º 2, de 10/10/1947, desmembra do município de Cerro Azul os distritos de Rio Branco do Sul (ex-Votuverava e Acunguí). Para formar o novo município de Rio Branco do Sul.
- Em divisão territorial datada de 1/08/1950, o município é constituído de 2 distritos: Cerro Azul e Varzeão.
- Pela lei estadual n.º 790, de 14/11/1951, é criado o distrito de São Sebastião eanexado ao município de Cerro Azul.
- Em divisão territorial datada de 1/07/1960, o município é constituído de 3 distritos: Cerro Azul, São Sebastião e Varzeão. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18/08/1988.
- Pela lei estadual n.º 443, de 20/11/1990, desmembra do município de Cerro Azul o distrito de Vila Branca (ex-Varzeão). Elevado à categoria de município.Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído de 2 distritos: Cerro Azul e São Sebastião. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14/05/2001.
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