História de Cerro Azul
No século XIX, a Europa vivia um momento de crise econômica (causada pelos efeitos econômicos e sociais do processo de urbanização e industrialização em andamento desde o século XVIII com o advento da Revolução Industrial) e políticos (movimentos revolucionários e unificação da Itália e da Alemanha). Esses efeitos contribuíram para os movimentos imigratórios, que deslocaram sessenta milhões de europeus em direção à América. Quem são essas pessoas? Há um grande contingente de trabalhadores urbanos e de camponeses miseráveis que não têm nenhuma perspectiva de melhoria em sua qualidade de vida. Esses trabalhadores emigram para a América com a esperança de encontrar uma vida melhor: encontrar um novo lar para trabalhar, constituir família e, se possível, fazer fortuna. Era a possibilidade de construir uma nova vida longe da crise econômica. Os operários fogem das cidades, dos baixos salários das fábricas e das péssimas condições de vida. Os camponeses, expulsos da terra, também não desejam terminar seus dias nas cidades. O empobrecimento também atingia os artesãos urbanos, porque suas oficinas não conseguiam concorrer com as fábricas. Por outro lado, aqui na América a nova configuração econômica do mundo capitalista tinha a necessidade crescente de mão-de-obra, além do fato de que enormes quantidades de terras esperavam para serem ocupadas, do ponto de vista demográfico e econômico. Havia então uma grande necessidade de mão-de-obra. Havia a preocupação por parte do poder instituído em “branquear” a população, pois naquele momento histórico a presença da população afro-descendente no território nacional (não apenas na Província do Paraná) era vista como perniciosa.
Por que foi criada a Colônia Assunguy?
Desde a criação da província do Paraná, em 1853, havia a preocupação por parte do governo em preencher os “vazios demográficos” povoando o território, além da questão da substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre. O objetivo do governo da época era tornar a colônia o celeiro agrícola da província, pois a província do Paraná passava por uma crise de abastecimento, chegando a faltar alimentos para aqueles que aqui viviam. Dividida em pequenas propriedades, a colônia recebeu imigrantes que além de serem de diferentes nacionalidades também tinham profissões bem diversificadas. Acreditava-se na época que era necessário “promover a tonificação do povo brasileiro” com a entrada do colono estrangeiro. O imigrante ajudaria a apurar tanto a “raça” brasileira como o trabalho, levando o elemento nacional a produzir. Esses princípios foram aplicados na criação da Colônia Assunguy, que desenvolveu-se rapidamente e chegou a ficar famosa pela sua riqueza. Com altos e baixos, o movimento imigratório ocorreu.
Como foi organizada a Colônia?
No Paraná tivemos duas formas de colonização: a oficial promovida pelo Governo Imperial e pelos presidentes da província e a não oficial promovida por particulares. A princípio as colônias oficiais foram organizadas para receber um determinado grupo étnico, mas na maioria das vezes receberam colonos de diferentes nacionalidades e de diferentes regiões do Brasil. Foi o caso da colônia Assunguy que a partir de 1860 recebeu ingleses, franceses, alemães, nacionais e outros. A colônia localizava-se perto do Rio Ponta Grossa, localizada a cerca de 100 km a nordeste de Curitiba. Tinha a área de 13.939.200.000 metros, divididos em três territórios e cinco perímetros com 134.240.000 metros cada um. Abrangia terras hoje pertencentes ao município de Rio Branco do Sul, pois sua origem estava nas vastas realizações do plano colonizador do Assunguy, de cuja colonia foi Cerro Azul o núcleo principal, localizado no segundo território. Inicialmente estava destinada a receber apenas estrangeiros. Porém, já em 1861, tornou-se mista.
Como deveria ser a colônia e como foi de fato?
Em tese, o governo provincial deveria fixar os imigrantes em terras de melhor qualidade, em prestar-lhes assistência nos primeiros tempos e em garantir o escoamento para centros urbanos do excedente de alimentos produzidos pelo núcleo colonial. Na prática isso não ocorreu. As dificuldades eram muitas: a grande distância dos mercados consumidores, falta de pessoas que soubessem trabalhar a terra (muitos colonos não eram agricultores), estradas sem as mínimas condições para o transporte da produção e o solo acidentado. As condições naturais e a falta de infra-estrutura contribuíram para o declínio da colônia. A vida do imigrante era muito difícil: até chegar às terras que deveria ocupar recebiam ajuda do governo para o transporte, estadas em pensões, saúde e outros suprimentos necessários. Uma vez recebido seu lote, tinha garantido o emprego na construção de estradas. Esse trabalho objetivava dar condições de sobrevivência ao imigrante, até suas lavouras começarem a produzir e ocorrer a primeira colheita. Registros históricos informam que as reclamações por parte dos imigrantes eram muitas e a falta de condições de sobrevivência levou muitos colonos a desistirem da nova vida. Alguns voltaram para o país de origem enquanto outros foram para regiões urbanas.
Quais as contribuições deixadas pelos imigrantes?
A imigração talvez não tenha atendido os objetivos imediatos projetados pelo governo, mas com certeza trouxe mudanças importantíssimas: a implantação da pequena propriedade, a figura do colono e a mão-de-obra livre, a difusão de ofícios como carpinteiro, ferreiro, marceneiro e outros. Havia imigrantes que eram agricultores que se dedicaram a criar gado e outros animais, além da agricultura. Os divertimentos também foram marcados pela presença imigrante. Há registros da realização, por exemplo, de um baile já na então Vila do Serro Azul, realizado na casa do negociante alemão Jorge Kaiser. A realidade dura e árdua da colônia era muito diferente da imagem construída pela propaganda que o imigrante via na sua terra de origem. Muitos imigrantes não se adaptaram e voltaram ao país de origem, possivelmente devido às dificuldades de adaptação ao clima quente e ao estilo de vida brasileiro, por terem sofrido com as doenças tropicais e pelo abandono por parte do poder público. Porém, aqueles que ficaram se tornaram os pioneiros, ajudando a construir Cerro Azul.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA - ALGUMAS DATAS IMPORTANTES
No século XIX, a Europa vivia um momento de crise econômica (causada pelos efeitos econômicos e sociais do processo de urbanização e industrialização em andamento desde o século XVIII com o advento da Revolução Industrial) e políticos (movimentos revolucionários e unificação da Itália e da Alemanha). Esses efeitos contribuíram para os movimentos imigratórios, que deslocaram sessenta milhões de europeus em direção à América. Quem são essas pessoas? Há um grande contingente de trabalhadores urbanos e de camponeses miseráveis que não têm nenhuma perspectiva de melhoria em sua qualidade de vida. Esses trabalhadores emigram para a América com a esperança de encontrar uma vida melhor: encontrar um novo lar para trabalhar, constituir família e, se possível, fazer fortuna. Era a possibilidade de construir uma nova vida longe da crise econômica. Os operários fogem das cidades, dos baixos salários das fábricas e das péssimas condições de vida. Os camponeses, expulsos da terra, também não desejam terminar seus dias nas cidades. O empobrecimento também atingia os artesãos urbanos, porque suas oficinas não conseguiam concorrer com as fábricas. Por outro lado, aqui na América a nova configuração econômica do mundo capitalista tinha a necessidade crescente de mão-de-obra, além do fato de que enormes quantidades de terras esperavam para serem ocupadas, do ponto de vista demográfico e econômico. Havia então uma grande necessidade de mão-de-obra. Havia a preocupação por parte do poder instituído em “branquear” a população, pois naquele momento histórico a presença da população afro-descendente no território nacional (não apenas na Província do Paraná) era vista como perniciosa.
Por que foi criada a Colônia Assunguy?
Desde a criação da província do Paraná, em 1853, havia a preocupação por parte do governo em preencher os “vazios demográficos” povoando o território, além da questão da substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre. O objetivo do governo da época era tornar a colônia o celeiro agrícola da província, pois a província do Paraná passava por uma crise de abastecimento, chegando a faltar alimentos para aqueles que aqui viviam. Dividida em pequenas propriedades, a colônia recebeu imigrantes que além de serem de diferentes nacionalidades também tinham profissões bem diversificadas. Acreditava-se na época que era necessário “promover a tonificação do povo brasileiro” com a entrada do colono estrangeiro. O imigrante ajudaria a apurar tanto a “raça” brasileira como o trabalho, levando o elemento nacional a produzir. Esses princípios foram aplicados na criação da Colônia Assunguy, que desenvolveu-se rapidamente e chegou a ficar famosa pela sua riqueza. Com altos e baixos, o movimento imigratório ocorreu.
Como foi organizada a Colônia?
No Paraná tivemos duas formas de colonização: a oficial promovida pelo Governo Imperial e pelos presidentes da província e a não oficial promovida por particulares. A princípio as colônias oficiais foram organizadas para receber um determinado grupo étnico, mas na maioria das vezes receberam colonos de diferentes nacionalidades e de diferentes regiões do Brasil. Foi o caso da colônia Assunguy que a partir de 1860 recebeu ingleses, franceses, alemães, nacionais e outros. A colônia localizava-se perto do Rio Ponta Grossa, localizada a cerca de 100 km a nordeste de Curitiba. Tinha a área de 13.939.200.000 metros, divididos em três territórios e cinco perímetros com 134.240.000 metros cada um. Abrangia terras hoje pertencentes ao município de Rio Branco do Sul, pois sua origem estava nas vastas realizações do plano colonizador do Assunguy, de cuja colonia foi Cerro Azul o núcleo principal, localizado no segundo território. Inicialmente estava destinada a receber apenas estrangeiros. Porém, já em 1861, tornou-se mista.
Como deveria ser a colônia e como foi de fato?
Em tese, o governo provincial deveria fixar os imigrantes em terras de melhor qualidade, em prestar-lhes assistência nos primeiros tempos e em garantir o escoamento para centros urbanos do excedente de alimentos produzidos pelo núcleo colonial. Na prática isso não ocorreu. As dificuldades eram muitas: a grande distância dos mercados consumidores, falta de pessoas que soubessem trabalhar a terra (muitos colonos não eram agricultores), estradas sem as mínimas condições para o transporte da produção e o solo acidentado. As condições naturais e a falta de infra-estrutura contribuíram para o declínio da colônia. A vida do imigrante era muito difícil: até chegar às terras que deveria ocupar recebiam ajuda do governo para o transporte, estadas em pensões, saúde e outros suprimentos necessários. Uma vez recebido seu lote, tinha garantido o emprego na construção de estradas. Esse trabalho objetivava dar condições de sobrevivência ao imigrante, até suas lavouras começarem a produzir e ocorrer a primeira colheita. Registros históricos informam que as reclamações por parte dos imigrantes eram muitas e a falta de condições de sobrevivência levou muitos colonos a desistirem da nova vida. Alguns voltaram para o país de origem enquanto outros foram para regiões urbanas.
Quais as contribuições deixadas pelos imigrantes?
A imigração talvez não tenha atendido os objetivos imediatos projetados pelo governo, mas com certeza trouxe mudanças importantíssimas: a implantação da pequena propriedade, a figura do colono e a mão-de-obra livre, a difusão de ofícios como carpinteiro, ferreiro, marceneiro e outros. Havia imigrantes que eram agricultores que se dedicaram a criar gado e outros animais, além da agricultura. Os divertimentos também foram marcados pela presença imigrante. Há registros da realização, por exemplo, de um baile já na então Vila do Serro Azul, realizado na casa do negociante alemão Jorge Kaiser. A realidade dura e árdua da colônia era muito diferente da imagem construída pela propaganda que o imigrante via na sua terra de origem. Muitos imigrantes não se adaptaram e voltaram ao país de origem, possivelmente devido às dificuldades de adaptação ao clima quente e ao estilo de vida brasileiro, por terem sofrido com as doenças tropicais e pelo abandono por parte do poder público. Porém, aqueles que ficaram se tornaram os pioneiros, ajudando a construir Cerro Azul.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA - ALGUMAS DATAS IMPORTANTES
- Freguesia criada com a denominação de “Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Serro Azul, pela lei provincial n.º 307, de 02/04/1872, no município de Votuverava.
- Elevado à categoria de vila com a denominação de “Vila Assungui”, por lei provincial n.º 680, de 27/10/1882, desmembrado de Votuverava. Sede na colônia de Assunguy. Constituído do distrito sede. Instalado em 20/02/1883.
- Pela lei provincial n.º 816, de 07/11/1885, o município de Assungui passou adenominar-se Serro Azul. Elevado à cidade, pela lei estadual n.º 259, de 27/12/1897. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município de Cerro Azul é constituído do distrito sede.
- Pelo decreto n.º 1399, de 22/06/1931, o município de “Assungui de Cima” foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Cerro Azul. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído dodistrito sede. Em divisões territoriais datadas de 31/12/1936 e 31/12/1937, o município figura com 3 distritos: Cerro Azul, Assungui e Varzeão.
- Pelo decreto-lei estadual n.º 7573, de 20/10/1938, o município de Cerro Azuladquiriu os distritos de Rio Branco e São Silvestre do extinto município de Rio Branco.
- No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Cerro Azul é constituído de 5 distritos: Cerro Azul, Açunguí, Rio Branco, São Silvestre e Varzeão.
- Pelo decreto-lei estadual n.º 199, de 30/12/1943, transfere o distrito de São Silvestre para o novo município de Campo Largo. Sob o mesmo decreto, o distrito de Rio Branco passou a denominar-se Votuverava.
- Pela lei estadual n.º 2, de 10/10/1947, desmembra do município de Cerro Azul os distritos de Rio Branco do Sul (ex-Votuverava e Acunguí). Para formar o novo município de Rio Branco do Sul.
- Em divisão territorial datada de 1/08/1950, o município é constituído de 2 distritos: Cerro Azul e Varzeão.
- Pela lei estadual n.º 790, de 14/11/1951, é criado o distrito de São Sebastião eanexado ao município de Cerro Azul.
- Em divisão territorial datada de 1/07/1960, o município é constituído de 3 distritos: Cerro Azul, São Sebastião e Varzeão. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18/08/1988.
- Pela lei estadual n.º 443, de 20/11/1990, desmembra do município de Cerro Azul o distrito de Vila Branca (ex-Varzeão). Elevado à categoria de município.Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído de 2 distritos: Cerro Azul e São Sebastião. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14/05/2001.
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