26 de out. de 2010

Cerro Azul

Aqui onde eu vivo
tem várias coisas para se ver.
Vou te dar alguns exemplos
só para você saber.

Nas festas tem para cá cantores
e logo enfeitam tudo com muitas cores.
As festas são excitantes
trazendo vários visitantes.

Minha cidade aumenta a cada dia
e aqui vivemos com muita alegria.

Os imigrantes aqui chegaram
Com vontade de trabalhar.
Eles vieram de longe
para esta cidade fundar.

Nossa Senhora da Guia,
protege esta cidade!
Trazendo para o povo
sabedoria e simplicidade.

Se quiser conhecer onde eu vivo,
vem pra cá!
Minha cidade é Cerro Azul
Fica no estado do Paraná.
Mariana Jaquetti Leandro, 2008.

Fonte: Casa da Cultura de Cerro Azul

24 de out. de 2010

150 Anos de um passado...

Olhando para o alvorecer de nossa história naquele ano de 1860, quando aqui chegaram as primeiras 05 famílias alemãs para trabalhar e construir a Colônia Assunguy, a sensação é a de que o tempo voou em Cerro Azul! São conhecidos os ditados: “povo que não tem passado não tem futuro” ou “recordar é viver”. Então vamos recordar...

A história de Cerro Azul começa muito antes da chegada dos imigrantes à Colônia Assunguy. Existem vestígios arqueológicos que indicam a presença das primeiras comunidades humanas na região do vale do rio Ribeira. Os vestígios desses primeiros habitantes também são encontrados em Cerro Azul, nos vários sítios arqueológicos da região. O cerroazulense originou-se da mistura de diversas etnias: os povos indígenas da etnia kaingang (chamados de índios coroados), os primeiros portugueses a chegarem aqui, os afrodescendentes trazidos ao Brasil como escravos e os imigrantes que vêm para a Colônia Assunguy (principalmente alemães, italianos, ingleses e franceses). Hoje em dia, em várias famílias cerroazulenses podem ser identificadas permanências da história desses homens, mulheres, jovens e crianças de outros tempos. Seus descendentes ajudaram a construir a história do município. A história das pessoas que viveram e vivem aqui é muito interessante para se recuperar a história de outras épocas: a história da querida “Tia Olívia”, dos nossos “pracinhas” que lutaram na II Guerra Mundial, as histórias fantásticas do Hermógenes e de muitas outras figuras que ficarão para sempre em nossa memória.

Cerro Azul já teve vários nomes: Colônia Assunguy, Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Serro Azul, Vila Assunguy, Serro Azul, Cêrro Azul, Cerro Azul. Aqui também temos vários lugares que nos ajudam a unir a história do presente com a história do passado. Lugares que nos intrigam, despertam curiosidade e estimulam perguntas como “quem morou nessa casa?”, “o que e como era aqui antes?”. Dentre esses lugares podemos destacar: a Praça Monsenhor Celso, a Casa da Cultura, os casarões, entre muitos outros lugares históricos.

Nossa história pode ser contada também através da nossa atividade econômica principal, pois a ligação de Cerro Azul com a agricultura é bastante antiga: desde a época de criação da Colônia Assunguy, o objetivo era transformar a região em “celeiro do Paraná”, onde o trabalho dos imigrantes europeus produziria os gêneros alimentícios de que Curitiba tanto necessitava. A pedido do governo imperial veio para a região um grupo de agrônomos com a finalidade de analisar o solo e o clima. Constatou-se que poderiam ser cultivadas, entre outras lavouras, a cana-de-açúcar, o milho (os quais Cerro Azul já teve produção significativa na região), com destaque para as frutas cítricas. A partir dos anos 20 do século XX, o município se tornou um grande produtor de laranjas, sendo conhecido até hoje como “Capital da Laranja” (em 1926, o produtor Conrado von der Osten ganhou a medalha de ouro por sua produção, na Exposição dos municípios em Curitiba; a tangerina da variedade “ponkan” foi introduzida na região por Sílvio Antonio von der Osten e a primeira carga dessa fruta foi levada a Curitiba para venda por Agenor Francisco de Moura e Costa, nos anos 60). Hoje, a economia de Cerro Azul continua sendo de base agrícola, com ênfase na produção de frutas cítricas de variedades diversas, com destaque a “ponkan”. O agricultor é uma das figuras mais importantes do município e para apoiá-lo são desenvolvidas ações visando sua fixação no campo, tais como a agroindústria, a agricultura familiar, o ecoturismo, o turismo rural e de aventura.

A criação de diferentes formas de recordar o passado é uma atividade incorporada à vida cotidiana das pessoas, que nos possibilita organizar nossas lembranças a partir de acontecimentos relacionados à nossa vida individual e coletiva. Somos um povo com muitas tradições culturais. Temos várias festas públicas, isto é, aquelas que envolvem a participação de homens, mulheres, jovens e crianças da localidade. Assim, nossa história também pode ser contada a partir do modo como hábitos e costumes que envolvem o preparo, a vivência e a recordação dessas festas tornaram-se parte de nossas vidas cotidianas. Podemos destacar a Festa da Laranja, a Festa de nossa padroeira (Nossa Senhora da Guia) e o aniversário do município.

Ao comemorarmos com muita alegria o ano do sesquicentenário de nosso município, é preciso lembrar o passado desta terra. Afinal se hoje, no presente, não lembrarmos e não valorizarmos o que ocorreu no passado, talvez no futuro não saibamos contar o que aconteceu hoje. E o passado não é uma coisa triste, “cheirando a mofo”. Pelo contrário! O passado é vibrante, fala direto ao nosso coração. Nosso passado é emocionante por estar intimamente ligado ao nosso presente. Ele nos diz quem somos e de onde viemos, mostra nossas raízes, nos ajuda a construir nossa identidade. De nascimento ou de coração, somos cerroazulenses! Pertencemos a esta terra e esta terra nos pertence.

Prof. Vania de Moura e Costa

VOCÊ SABIA

• Que nosso município já teve outros nomes: Colônia Assunguy, Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Serro Azul, Vila Assunguy, Serro Azul escrito com S, Cêrro Azul escrito com C e com acento circunflexo no E?


• Que em alguns períodos do passado Cerro Azul pertenceu ao município de Rio Branco do Sul e em outros períodos Rio Branco do Sul pertenceu a Cerro Azul?

• Que no dia 27 de outubro de 1882 foi sancionada por Carlos Augusto de Carvalho, Presidente da Província do Paraná, a lei que criava a “Villa do Assunguy”, atual município de Cerro Azul?

• Que a nossa Praça se chama Monsenhor Celso em homenagem ao Padre Celso César Itiberê da Cunha, que atendeu a Paróquia ainda na época da Colônia Assunguy e pelos anos seguintes?

• Que o prédio da Casa da Cultura foi construído em 1875 e que já foi templo religioso, Grupo Escolar e Fórum da Comarca de Cerro Azul?

• São de cerca de 12.000 anos os registros arqueológicos que indicam a presença das primeiras comunidades humanas na Região do vale do rio Ribeira?

• Que Cerro Azul possui cerca de 100 sítios arqueológicos com vestígios dos seus primeiros habitantes?

• Que as comunidades indígenas que habitaram nossa região pertenciam à etnia kaingang, chamados de “índios coroados”?

• Que a Professora Florentina de Araújo tinha 17 anos de idade no ano de 1890 quando iniciou sua carreira no magistério e que foi a primeira professora do Magistério Público a ser nomeada nesta cidade, quando ainda era Vila?

• Que nossa querida “Tia Olívia” chama-se Olívia Bassetti Crissi e nasceu em 14 de junho de 1910 neste município, filha de Leopoldo Bassetti e Margarida Bassetti, tendo hoje, portanto, 100 anos de idade?

• Que o imigrante Henrich Henning, personagem principal do livro “A Cruz do Alemão”, era antepassado de Dona Cida, da CBA?

• Que a casa do famoso Coronel Hermógenes Antonio de Araújo hoje é a Lanchonete “Skinão” e residência do Sr. Antonio Santo Laio Beira?

• Que Cerro Azul já teve 35 Prefeitos e que alguns deles exerceram dois e até 03 mandatos?

• Que em 1894 o imigrante alemão Alfred von der Osten foi Prefeito do Governo Provisório de Cerro Azul, por cerca de 02 meses, durante a Revolução Federalista e que ele é o 1º von der Osten de Cerro Azul?

• Que Cerro Azul já foi um grande produtor de cana-de-açúcar e de milho e que essas plantas estão representadas no brasão e na bandeira do município?

• Que o senhor Silvio von der Osten trouxe a tangerina da variedade ponkã para Cerro Azul?

• Que o 1º carregamento de ponkã saiu de Cerro Azul para ser vendido em Curitiba nos anos 60, levado pelo senhor Agenor Francisco de Moura e Costa?

• Que no Centro Comercial Bassetti já funcionou um hotel, chamado “Hotel dos Estrangeiros”, “Hotel das Francesas” e “Hotel von der Osten”

• Que onde hoje é a Farmácia Diasmed funcionava a “Padaria do Comércio”, de João Pryziada?

• Que onde está hoje a residência do Sr. Sérgio Straube Siqueira funcionava o empório comercial de Athanagildo de Souza Laio, que foi prefeito de Cerro Azul por 3 mandatos?

• Que a antiga Rua Carlos Gomes se chama Rua Prefeito Athanagildo de Souza Laio desde 1994?

• Que a receita da famosa leitoa desossada, prato típico da comunidade de Ribeirão Bonito do Chapéu, foi criada pelo Senhor Geremias dos Santos Pedroso de Meira, a mais de 70 anos?

• Que Dona Maria Arcie Lovato, líder comunitária muito querida, se destacou pelo trabalho realizado junto à Pastoral da Criança em Cerro Azul?

• Que nos anos 80 havia apenas 01 kombi, dirigida pelo senhor João Desplanches, que fazia o transporte dos alunos das comunidades rurais que estudavam no Colégio Estadual Princesa Isabel?

• Que a balsa da Barra do Lageado foi construída na época da Revolução de 1930 para que as tropas advindas da região de Castro pudessem atravessar o Rio Ribeira e que esta balsa é um dos raros exemplares ainda existentes no Paraná que se encontram em pleno funcionamento?

• Que a Rua Mateus Leme, de Curitiba, antigamente era chamada de “Rua Assunguy”, pois ali era o início do caminho para chegar na Colônia Assunguy?

• Que o “Instituto São Francisco Xavier”, escola particular destinada a menores desamparados, foi instalado em 10/02/1956 e que hoje no prédio funciona o Colégio Estadual Princesa Isabel?

• Que o bairro de São Sebastião deve sua origem ao primeiro morador, Sr. Lino Pereira, homem muito religioso e devoto de São Sebastião?

• Que a primeira escola que existiu em São Sebastião era particular e os pais pagavam o professor Raimundo Cavalcante, vindo do Rio de Janeiro?

• Que em 1959, no terreno da Família Amaral caiu um avião Cesna 174, que transportava um casal de médicos, acidentados três dias antes na região de Ponta Grossa?

• Que nos anos 90 Cerro Azul foi atingido por duas grandes enchentes?

• Que a 1ª Festa da Laranja foi realizada em 1959?

• Que o 1º Concurso Rainha da Laranja foi realizado em 1964?

• Que a 1ª Rainha da Laranja chamava-se Rosalda Elizabeth?

• Que Luiza Gabriel de Moura e Waldomiro de Moura e Costa estão casados há 69 anos, fazendo, portanto “Bodas de Mercúrio”?

• Que em 1879 na escola pública de instrução primária, localizada na região do Turvo, lecionava Dona Caroline Tamplin para 105 alunos.

• Que Caroline Tamplin morou na Colônia Assunguy por 08 anos, quando então mudou-se para Curitiba e tornou-se professora particular de piano?

• Que a primeira escola de Cerro Azul (na época Colônia Assunguy) era a escola particular do Suíço Carlos Mericoffer, que atendia 16 alunos?

• Que Antonio Caetano de Araújo (pai da futura professora Florentina de Araújo) era professor da cadeira de instrução primária na Freguesia do Serro Azul?

Fonte: Casa da Cultura de Cerro Azul







23 de out. de 2010

Francisco Miguel Hennes


Serro Azul (com S) tornou-se cidade pela lei estadual n.º 259, de 27/12/1897. Seu primeiro prefeito foi o senhor FRANCISCO MIGUEL HENNES. De acordo com os dados das lápides localizadas na muralha do Cemitério Municipal (fotos acima)  ele nasceu em Grumbach, na Alemanha, em 24 de março de 1828 e faleceu no Brasil em 18 de junho de 1899. Foi casado com Josepha Hennes, natural de Paden (nascida em 23 de abril de 1831) também na Alemanha, que morreu em 08 de maio de 1897. A grafia do sobrenome do prefeito varia: Hennes, Hens ou Henn.
Fonte: Casa da Cultura de Cerro Azul