30 de jan. de 2013

Estudante de Cerro Azul é destaque nacional!


Quero aqui deixar minha homenagem ao Colégio Estadual Augusto Antonio da Paixão, de Cerro Azul, ao Professor Aguinalte Brine (que leciona Língua Portuguesa na escola) e a estudante Débora Patrícia do Nascimento, pelo belíssimo desempenho nas Olimpíadas de Língua Portuguesa 2012, ficando com a medalha de bronze, na categoria "Artigo de Opinião". Vale ressaltar que esta não é a primeira experiência do Prof. Aguinalte com a Olimpíada de Língua Portuguesa. Anteriormente, a aluna Talita, orientada por ele, conquistou a medalha de prata no certame. Importante observar também que a aluna Débora merece também nosso reconhecimento por ter gabaritado as questões da edição do ENEM deste ano. Parabéns Prof. Aguinalte! Parabéns Débora! Cerro Azul tem orgulho de vocês!

Não se trata aqui de condenar ou de fazer a apologia ao plantio de pinus. A questão pode ser vista por diferentes pontos de vista e devemos respeitar a posição de todos e ao mesmo tempo refletir sobre uma questão que afeta nossa comunidade. O importante desse texto, em minha opinião, é perceber o grau de maturidade que esta estudante atingiu na produção desse texto. Devidamente orientada pelo Prof. Aguinalte, expôs argumentos com clareza e lucidez dignos de nossa admiração. Mais uma vez quero dizer: PARABÉNS!

Eis o texto:


Pinus X Poncã

Cerro Azul, localizado ao leste do estado do Paraná, conhecido como terra da poncã, está sendo invadido por um verde que não é seu. As empresas reflorestadoras estão alastrando o pinus por toda a região, tomando espaço da fruta que é símbolo do município.

As reflorestadoras defendem a política da expansão do pinus, alegando que o reflorestamento gera empregos, respeita as normas de preservação do meio ambiente, abastece o mercado de celulose e é uma maneira de preservar o verde. Os moradores do município reclamam que o emprego é por pouco tempo, pois após cinco anos do plantio não existe mais necessidade de mão-de-obra. É só esperar doze anos para voltar a trabalhar no corte das árvores. Assim, para que haja mais empregos é necessário reflorestar grandes áreas. Até quando haverá terra para reflorestar? Até quando o solo permanecerá fértil? Uma das soluções para a falta de celulose e para a preservação do verde não é o reflorestamento desenfreado, que ocupa espaço de pequenos agricultores, mas alternativas como a agrofloresta, que não tira as pessoas de seus lugares, evitando o êxodo rural e consequentemente o inchaço urbano.

Soluções como essas já deram bom resultado na Bahia e no Acre. Segundo o agrônomo Ivan Evangelista, a plantação de pinus retira do solo os nutrientes e a água, comprometendo a sua fertilidade. Além disso, apesar de o lençol freático estar a 20 metros de profundidade também é atingido, pois a planta, depois de retirar a água do solo, desce até ele para buscar a sua sobrevivência. Culturas como essas podem consumir até trezentos litros de água por dia. Nesse mesmo espaço de tempo, bastam apenas três litros de água para garantir a sobrevivência de um pé de poncã, segundo os técnicos da EMATER de Cerro Azul. O técnico florestal Aurio de Oliveira, da empresa Berneck, reflorestadora que atua no município de Cerro Azul, afirma que o reflorestamento é de extrema importância. Ele diz que o solo não é degradado e que os galhos e as folhas do pinus enriquecem a terra, protegendo-a do ressecamento e preservando o solo sempre fértil. Além disso, é uma fonte de energia 87% mais barata que a de combustíveis fósseis. Uma pesquisa realizada pela EMBRAPA/PR demonstrou que a cultura alelopata não permite que outras espécies se desenvolvam próximas a ela, a não ser muitos anos após ter sido retirada do local. Já a poncã tem efeito contrário, pois permite várias culturas próximas sem afetar a qualidade e a produção. O reflorestamento pode representar uma excelente fonte de renda. Porém, reduz a biodiversidade, aniquila plantas medicinais e pode causar a extinção de muitas espécies de animais. É preciso buscar meios inteligentes para suprir as necessidades de sobrevivência, que sejam menos agressivas ao meio ambiente e não visem somente aos lucros.

Não se pode esquecer que o bem maior á ser preservado é a vida.

Nenhum comentário: