Segundo Dr. Ruy Vilella Guiguer, no cemitério jazem “aqueles de nossos sentimentos que cresceram, lutaram, plantaram, colheram, edificaram, construíram, combateram o bom combate em vida e alcançaram os louros da vitória, nossos antepassados, que descansam de suas obras. Na época colonial o cemitério situava-se no Morro da Caixa D’Água. Posteriormente foi mudado para o local atual (se desconhece a data do fato). Antigamente existia uma cerca dividindo os túmulos dos católicos dos túmulos dos protestantes. A muralha em seu entorno, datada de 1956, foi construída na gestão do Prefeito Athanagildo de Souza Laio. Foi construída pelo competente JOÃO BANACK.
Olá, companheiros de viagem! Criei este blog pelo desejo imenso de trocar informações sobre a cidade que mais amo no mundo: CERRO AZUL, que é minha, que é sua, que é de todos que como eu, de coração ou de berço, perto ou longe, têm o seu nome guardado para sempre no coração. Se você é cerro-azulense de nascimento ou de paixão, se você busca simplesmente saber mais sobre esse cantinho, não importa!!!! Todos são bem vindos para ajudar a construir essa história!
9 de ago. de 2010
O Cruzeiro
A antiga Rua Marechal Deodoro da Fonseca (atual Rua Deputado Aníbal Cury) é mais conhecida em Cerro Azul pelo nome de “Rua do Cruzeiro” devido à edificação ali existente: um monumento representando a crucificação de Jesus Cristo, erigido sob um pedestal de três degraus. Ao seu pé, uma placa datada de 03/05/1942, onde se lê “Homenagem do povo Cerroazulense ao Cristo Redentor e à N. S. da Guia". Em outros tempos (antes da atual PR 092), marcava a entrada e saída da cidade, na curva localizada no final da rua, dando acesso para Tunas do Paraná, Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Curitiba e Estrada da Ribeira para São Paulo. Recentemente, durante a gestão do Prefeito Dalton Luiz de Moura e Costa, passou por um processo de revitalização, ganhando uma bonita praça em seu entorno.
O Cruzeiro
A antiga Rua Marechal Deodoro da Fonseca (atual Rua Deputado Aníbal Cury) é mais conhecida em Cerro Azul pelo nome de “Rua do Cruzeiro” devido à edificação ali existente: um monumento representando a crucificação de Jesus Cristo, erigido sob um pedestal de três degraus. Ao seu pé, uma placa datada de 03/05/1942, onde se lê “Homenagem do povo Cerroazulense ao Cristo Redentor e à N. S. da Guia". Em outros tempos (antes da atual PR 092), marcava a entrada e saída da cidade, na curva localizada no final da rua, dando acesso para Tunas do Paraná, Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Curitiba e Estrada da Ribeira para São Paulo. Recentemente, durante a gestão do Prefeito Dalton Luiz de Moura e Costa, passou por um processo de revitalização, ganhando uma bonita praça em seu entorno.
Início da Economia
Entre as riquezas da nossa terra, ainda na época da Colônia Assunguy, destacam-se o MILHO e a CANA DE ACÚÇAR (representados no brasão e na bandeira do município). Foi inicialmente com o lucro da venda desses produtos que os imigrantes conseguiram pagar suas terras: as “letras” e “títulos” adquiridos do governo.
A citricultura, base da economia de Cerro Azul na atualidade, se tornou promissora após o período safrista, a partir de 1955, destacando-se o cultivo da tangerina variedade PONKÃ.
Fonte: Estudo “ACORDEM CERROAZULENSES” – Dr. Ruy Vilella Guiguer
A Terceira Visão
DIÁLOGO
Mestre Xaolin: O que vê no último quadro à esquerda do BRASÃO de Cerro Azul, Gafanhoto?
Gafanhoto: Mestre, vejo montanhas.
Mestre Xaolin: É a primeira impressão, Gafanhoto. Olhe com mais atenção. O que vê agora?
Gafanhoto: Vejo, Mestre, depressões nos desmontes das montanhas.
Mestre Xaolin: Gafanhoto, o que tem nos pés dessas depressões?
Gafanhoto: Vejo: chumbo, mármore, calcário, cimento, manganês, fluorita, talco, perita, baritima, minério de ferro, minérios incrustados no seu interior.
Mestre Xaolin: Gafanhoto, feche os olhos e mentalize o antes visto. O que vê nessa terceira visão?
Gafanhoto: Indústria, Mestre! Indústria!
Mestre Xaolin: Que aprendeste?
Gafanhoto: Cerro Azul não vai se acabar como dizem, Mestre!Tem futuro...
Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer
4 de ago. de 2010
Quem foi a Professora Florentina de Araújo
FLORENTINA EMÍLIA DE ARAÚJO nasceu em 27 de agosto de 1873 (quando Cerro Azul era elevado à condição de “Freguesia de Nossa Senhora da Guia do Serro Azul”), filha de Antonio Caetano de Araújo e Carlota Carolina de Araújo. Nascera para as letras: com seis anos de idade, no ano de 1879, iniciou e freqüentou diversas escolas particulares pagas, já que não havia ensino público nesta época. No período da República, em 1889 (com Cerro Azul já elevado à categoria de “Vila do Serro Azul” e Foro de Comarca da Província) a jovem Florentina, ainda na adolescência, com 16 para 17 anos, iniciou sua carreira na arte de ensinar dando aulas particulares em residências e em sua própria casa, conforme o costume da época. Um documento impresso, “QUADRO DEMONSTRATIVO DE PROFESSORADO DO ESTADO DO PARANÁ”, (hoje pertencente ao acervo da Escola Municipal Florentina de Araújo), datado de 27 de setembro de 1894, tendo por chefes Florindo da Mata Bandeira e Silva e João Alberto Munhoz, indica a Prof. Florentina como a única dotada na Circunscrição da Vila do Serro Azul (com “S”) da categoria de “promíscua” ou seja, lecionava para ambos os sexos. Em 1912, passou a administrar suas aulas na casa Escolar Feminina desta Comarca de Cerro Azul.
Durante sua vida no Magistério gozou dois meses de licença para tratamento de saúde, baseando-se no Decreto de 22 de outubro de 1912, expedido pela Secretaria dos Negócios e Interior e Justiça e Instituição Pública. Contando com 22 anos de serviço, 6 meses e 2 dias, por decreto de 03 de novembro de 1913, aposentou-se por encontrar-se enferma, com 40 anos de idade. Passou a perceber, por ano, do Estado RS, 1.725 $400, quantia proporcional ao aludido tempo de serviço. Ela prestou valiosos serviços à população de Cerro Azul durante a sua vida, transmitindo conhecimentos básicos às nossas crianças na chamada Escola de Aplicação do Ensino Primário. Exerceu ainda o cargo de Secretária na Paróquia da Matriz local. Veio a falecer em 08 de fevereiro de 1914, com a idade de 41 anos. Na década de 1930, por ocasião da visita de MANOEL RIBAS, interventor do Paraná, os alunos, instalados no prédio da atual Casa da Cultura, pediram ao Interventor uma nova escola, que foi construída frente à Praça Monsenhor Celso, recebendo o nome da Prof. FLORENTINA EMÍLIA DE ARAÚJO, em homenagem póstuma, com méritos de Patrona.
Hoje, a ESCOLA MUNICIPAL FLORENTINA DE ARAUJO – ENSINO FUNDAMENTAL, criada e autorizada a funcionar através da Resolução 3212/81, da Secretaria do Estado da Educação, de 30 de dezembro de 1981, exerce atividades diuturnas e tem por finalidade, atendendo ao disposto da Constituição Federal e Estadual, na Lei Orgânica do Município e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ministrar o Ensino Fundamental – 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental e Ensino Especial DV, DA e DM.
Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer
3 de ago. de 2010
Cerro Azul no período do Estado Novo de Getúlio Vargas
No período de governo de Getúlio Vargas conhecido como Estado Novo a administração do Paraná coube ao interventor MANOEL RIBAS (conhecido pela alcunha de “Maneco Facão” pelos seus trejeitos), homem sério e de pulso que muito prestigiou o Paraná com inúmeras obras (mais importante certamente, as obras do Porto de Paranaguá). “Viva o povo parnanguara! Viva o Interventor Manoel Ribas! Viva o Paraná!” (Diário do Comércio, Paranaguá, 22.02.33).
Seu governo também executou obras em Cerro Azul. Isto porque o drama herdado do Império persistia: o município permanecia muito isolado e de difícil acesso à capital para o escoamento das produções: o único caminho era através da estrada carroçável até a ponte de ferro, do Rio Piedade. Atravessando-a, pegava-se à esquerda, em direção a ITUPAVA, PELADO, CAETÉ, VOTUVERAVA, COSMOS, TOQUINHAS e finalmente RIO BRANCO DO SUL, centro de abastecimento e troca de mercadorias, alcançando Curitiba. Viagem que requeria Um trecho muitos dias e pousadas.
Lembranças de “Seu Tonico”, Antonio de Paula Pereira Neto: “Foi numa terça-feira que Manoel Ribas apareceu sem qualquer aviso em Cerro Azul (às 08 horas da manhã) e encontrou o povo dormindo, enquanto alguns anunciavam na cidade em voz alta ACORDEM CERROAZULENSES! ACORDEM! O interventor Manoel Ribas está aqui”. Improvisou-se uma recepção. Penalizado com a falta de acesso ao município, o interventor prometeu aos moradores a abertura da estrada de Cerro Azul a Tunas (Tunas do Paraná), um trecho de 30 km, fazendo ligação com a BR conhecida por Estrada da Ribeira e abrindo nova oportunidade de tráfego para São Paulo e Curitiba. Recorda ainda “Seu Tonico”: “logo na terça-feira seguinte de sua visita se encontrava em trechos da estrada gaiotas (carrocinhas) e trabalhadores com picaretas e pás abrindo a estrada, contratados pelo então interventor”. Também foi projeto de Manoel Ribas a construção da Escola Florentina de Araújo (pedido feito na ocasião de sua visita pelos alunos da 1ª e 4ª séries do primário, quando a escola ainda funcionava no prédio do Fórum e atendido com urgência por Ribas).
Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer
2 de ago. de 2010
Usos e Costumes/Vida Cultural
As pessoas mais idosas recordam da existência na Praça Monsenhor Celso de um bonito coreto que era alegria das pessoas ao fim de semana, quando a banda da cidade oferecia momentos musicais. O traço identificador da opulência a que chegou o município nos fecundos anos do início do século XX se manifesta nas camadas da sociedade com a criação de diversas agremiações, a refletir o espírito da época. O CLUBE RECREATIVO E CULTURAL SETE DE SETEMBRO, fundado em 1915 com sede própria; o GRÊMIO GERÂNIO, com sede no palacete de Oscar Bassetti, fundado em 05/07/1921, pela Sra. Sarah Nogueira Leme, digníssima esposa do Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Comarca Arthur da Silva Leme, que permaneceu 18 anos em Cerro Azul o GRÊMIO FEMININO 15 DE NOVEMBRO, cuja sede ocupou dependências do Hotel francês em frente à Praça Monsenhor Celso e mais o CLUBE OPERÁRIO (fundado em 1939, com sede própria à Rua Marechal Floriano Peixoto), hoje transformado em várias casas comerciais.
Conta-se que os grupos étnicos comemoravam as datas nacionais de seus países, hasteando bandeiras e cantando seus hinos: França - 14 de julho de 1789, tomada da bastilha (os franceses tocavam o dia todo a marselhesa). A cidade possuía o seu jornal impresso semanal em que se relatavam os acontecimentos mais palpitantes do corpo social, do comércio local e o panorama da política brasileira. Percebe-se uma sociedade nascente, unida com ideal e progresso.
MEDIDAS E PESOS DE NOSSO MEIO RURAL
-Alqueire de terra (paulista) - 24.200m2.
-Hectare, corresponde a 10.000m2.
-Um alqueire tem 2,4 hectares.
-Uma quarta de terra é igual a 8 quadros, 6.050m2.
-Meia quarta corresponde a 4 quadros, que é igual a 3.025m2.
-Uma quarta é igual a 10 litros, igual a 6.050m2.
-Uma braça corresponde a 2,20 metros lineares.
-Um quadro de terra, igual a 756.25 metros quadrados, tem as medidas de 12 braças e meia por 12 braças e meia, ou seja, 27,50 m X 27,50m= um quadrado.
-Um quadro tem 28,40 braças quadradas.
-Um litro de terra é igual a 605m2.
-Um salamim de terra é igual a 605m2.
-Um alqueire paulista tem 32 quadros.
-Um alqueire paulista tem 40 litros.
-Uma letra de terra 12,5 alqueires e meio, igual a 302.
-500 m2, meia letra é igual a 6 alqueires, que é uma quarta ou seja 151.250m2.
-Uma mão de milho são 64 espigas
-Um atilho tem quatro espigas
-Um cargueiro de milho corresponde a 4 mãos
-Um litro e um quarto de feijão corresponde a um quilo
-Um palanque normal tem 2,20 metros ou uma braça
-Uma quarta de arroz ou feijão equivale a um saco de 60 kg (medida)
-Atilho é um feixe de espigas de milho
-Uma mão de milho suporta segurar 16 atilhos.
Economia no início do século XX
[...] Com a República, Cerro Azul foi deixado ao largo do movimento de transportes regionais. A população “entalada” [...] na bacia do rio Ponta Grossa, cercada de montanhas de todos os lados, resistia às dificuldades, graças ao heróico espírito do idealismo europeu. Cerro Azul marcou época no cenário paranaense. Os comentários literários elogiam ser “cidade próspera”, “em grande desenvolvimento”, “promissora na economia”. Olhava-se com “bons olhos”. Abria-se um futuro. [...] Período de grande crescimento demográfico. O recenseamento escolar de 1916 indica índice de crescimento populacional para 13.226 habitantes. O recenseamento de 1920 elevou para 16.589 habitantes.
Registra-se também grande produção de POLICULTURA nas suas terras montanhosas, mas férteis, com abundância de águas e nascentes. Marca época de fartura. Os celeiros eram fartos: vendiam e sobrava. [...] O saudoso professor Moacir Bassetti contava que visitando a exposição de produtos do Paraná, na fazenda modelo do Estado, em Ponta Grossa, lia-se em cartaz ao público: “1º lugar em suínos – Palmas, 2º lugar na criação e venda de suínos - Cerro Azul”, concluindo que aqui se negociavam milhares de porcos por ano e derivados. Tínhamos a fabrica “Lílian” de Alberto Domingos Bassetti (e dali saía carne embalada e banha) e também a fábrica de Carlito Golinelli. Segundo Armando Pimentel, “em fins de ano saíam três a quatro caminhões de caprinos para abate em São Paulo. As ruas eram de terra e saibro e o comércio forte, com grande movimentação de carroções puxados com parelhas de animais, carroças. Corria o dinheiro. Viajando pelo interior, os safristas faziam grandes derrubadas de mato, plantavam roças de 10 a 30 alqueires e soltavam os porcos magros acriolados no lugar, obtendo no final boa renda.” Foram esses homens, os safristas do passado, que colaboraram sem medir esforços para elevar nosso município ao 2° lugar no Paraná na suinocultura e seus derivados: ANTONIO DE FRANÇA VAZ, AQUILES MOREIRA DOS SANTOS, ANTONIO ANTUNES CORDEIRO, ANIBAL ROSNER, CESINANDO GABRIEL DE OLIVEIRA, CESINANDO CORREA DE MOURA E COSTA, HIPÓLITO MONTEIRO, JOAO NORMANDO DE MOURA E COSTA, PEDRO GABRIEL DO NASCIMENTO, JONAS TEIXEIRA DA SILVA, CARLOS BALLES, SILVIO DE SOUZA, e tantos outros.
Segundo relata Lauro de Moura e Costa, nesse memorável tempo existiam em Cerro Azul fábrica de lataria ou vasilhames em lata de Antonio de Araújo, selaria de Ernesto Bardal; alfaiataria de Casemiro de Araújo e olaria de tijolos e telhas de Humberto Charquetti.
Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer
Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer
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