Desde
que foi criada em 2005, até o ano de 2012, a Casa da Cultura de Cerro Azul
recebeu várias doações e empréstimos de artefatos líticos e fragmentos
cerâmicos diversos, que possivelmente atestam a presença humana na região do
Vale do Ribeira (Alto Ribeira). Podemos supor que tenham sido produzidos e
utilizados tanto por povos da pré-história, quanto de povos indígenas
habitantes da região em tempos mais recentes.
A origem desses artefatos é diversa.
Neste espaço de oito anos, cidadãos de diversas comunidades de Cerro Azul
vieram até a Casa da Cultura para efetuar as doações e empréstimos desse tipo
de material, que muitas vezes era encontrado no solo e subsolo por ocasião do
preparo da terra para a lavoura. É louvável a iniciativa dessas pessoas, porque
ao procederem dessa forma, ajudaram a preservar materiais que podem ser importantes
para a reconstituição do passado histórico da região. Dentre as várias pessoas,
pode-se citar o Senhor Nestor Serafim dos Santos, que doou toda a sua coleção
de artefatos, amealhada ao longo de anos de andanças pelas diversas comunidades
de Cerro Azul, durante suas viagens a trabalho.
Segundo a arqueóloga Claudia
Parellada, do Museu Paranaense, o município de Cerro Azul tem mais de cem
sítios arqueológicos (muitos localizados na região das comunidades da Bomba e
São Sebastião, onde existe até mesmo um abrigo de pedras com pinturas clânicas),
onde estão localizados vestígios das antigas comunidades habitantes da região.
Tais sítios estão localizados em regiões próximas (muitas vezes às margens) de dois
importantes rios: o Ribeira e o Ponta Grossa. Muitos vestígios encontrados na
região foram encontrados e estudados por renomados estudiosos (como o Prof. Dr.
Igor Chmyz), membros de importantes Instituições como a UFPR – Universidade Estadual
do Paraná, e USP – Universidade de São Paulo. Tais materiais estão sob a guarda
dessas Instituições e também do Museu Paranaense.
Ainda segundo Claudia Parellada, os
fragmentos cerâmicos que fazem parte do acervo da Casa da Cultura pertencem à cerâmica
de estilo Itararé. As coleções contam também com artefatos líticos diversos,
que parecem ser raspadores, pontas de flecha, mãos de pilão, machados, etc. A
preservação cuidadosa desse material é muito importante, já que através deles podem-se
ter informações valiosas a respeito dos primeiros habitantes da região do Alto
Ribeira.
Fonte: Prof. Vania de Moura e Costa
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