30 de jul. de 2010

A história do alemão Henning e do Coronel Hermógenes

Ao final do séc. XIX a República ainda está se consolidando no Brasil governado pelo “Marechal de ferro”, Floriano Peixoto. Período de graves agitações políticas e militares. O Partido Republicano está no poder. A primeira constituição republicana (de 24/02/1891) duraria até 1930, a lei de naturalização dos estrangeiros seria decretada em 14/12/1889, a lei do casamento civil seria instituída em 23/01/1890 e também a secularização dos cemitérios se daria em 07/01/1889 (a separação da igreja do Estado). Governa o Paraná Dr. Vicente Machado de Silva e Lima.

Por esta época terminam a construção da estrada de ferro ligando Curitiba a Paranaguá, as obras da Santa Casa de Misericórdia, a construção do Teatro São Theodoro, a construção da Catedral de Curitiba, a construção do Passeio Público. Época das ações da Revolução Federalista (comandada pelo maragato Gumercindo Saraiva) no Paraná: a invasão de Curitiba e a fuga de Vicente Machado e sua comitiva, o Cerco da Lapa, o assassinato do Barão de Cerro Azul... Todos esses acontecimentos históricos importantes numa época conturbada, nos bastidores da política paranaense. Às margens uma trama sem procedentes, o fato de nossa atenção:

Seu nome alemão: ENGELHART HEINRICH CHRISTIAN HENNING, naturalizado para ÂNGELO HENRIQUE CRISTIANO HENNING ou simplesmente HENRIQUE HENNING. Henning nasceu no norte da Alemanha em PLÖN, tendo estudado arquitetura na capital Kiel. Embarcou para o Brasil no porto de Hamburgo, em 23 de Abril de 1859, com 21 anos, com seu irmão Theodoro. Viajando durante 63 dias no veleiro “ANNA” desembarcou no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina com outros imigrantes. Com assentamento em Joinville, lá permaneceu por um período onde se casou com 23 anos com DOROTHEA MAGDALENA KOLL, de 16 anos. Formou uma família com os filhos: Theodoro, Sofia, Henrique, Fernando, Joana Augusta e Ângela Cristina.

Entrou no Brasil como “lavrador”, porém, na realidade, era um exímio matemático e arquiteto, dedicado à construção civil, mestre de obras. Tornou-se professor da escola de artes e ofícios de Mariano de Lima, em 1892, já em Curitiba no Paraná. Henrique Henning havia aparecido no cenário paranaense, na capital, em 1879, vindo de Santa Catarina e Rio Negro. Veio a convite do engenheiro Carl Gotlieb Vielant, que prometia muito trabalho na construção civil. A capital em franco desenvolvimento, com escassez de mão de obra especializada na área de construção civil, abria uma grande oportunidade ao alemão. As obras da Catedral-Matriz estavam paradas há anos, por falta de um mestre de obras competente. O presidente da província, Taunay, havia nomeado o engenheiro Giovanni Lazarinni e este procurava um excelente mestre de obras para a correção e execução do projeto da igreja. Lazarinni encontrou em Henning essa pessoa, pelos seus dotes e pela fama já adquirida de suas construções.

Henning aceitou o contrato, convocando seus amigos alemães luteranos como auxiliares. Conhecedor do ramo e da arte de igrejas deu início à obra em 1886. Quando estavam nos acabamentos finais, as divergências começaram a surgir com a vinda para vigário da paróquia local o padre paranaense, culto e político, Alberto Gonçalves (em 15 de dezembro de 1890 foi nomeado vigário geral forense do Estado do Paraná). Esse padre passou a polemizar com o mestre Henning em suas visitas na construção, sem conhecer a planta, chamando-lhe a atenção: - que aumentasse a sacristia, porque como estava construído parecia mais uma igreja luterana que católica. Henrique divergiu dizendo ter seguido a planta e que a obra estava em seu final, não havendo como aumentar a sacristia. Como se não bastasse, o padre se intrometia nos trabalhos da construção, gerando antipatia. O vigário a todo custo queria a modificação sob pena de não pagar a Henning e seus auxiliares o direito à comissão prevista em contrato. Henrique, exaltado, passou a mão em sua bengala e a girou certeiramente contra o padre, que escapuliu em correria. Henning não o alcançou por ser contido pelos seus empregados. Pediu demissão com todo o seu grupo de operários ao engenheiro e compadre Cal Gotlieb Wielland, substituto do italiano Giovanni. Dele também se conta de várias casas famosas construídas na capital. Homem já realizado, mas amargurado pelo acontecido, alimentava ter um sítio para os seus dias no futuro. Na Alemanha, as terras eram escassas e no Paraná havia fartura, um sítio para a família era o ideal. Vendeu suas propriedades em Curitiba e comprou 60 alqueires de terras no lugar denominado “Olho d’Água” no Distrito de Varzeão (hoje pertencente ao município de Doutor Ulysses) na Comarca de Cerro Azul, local onde se desenvolve a maior parte da história que tirou sua preciosa vida.

HERMÓGENES DE ARAÚJO, coronel e chefe político de Cerro Azul e cercanias. Na época compreendia as terras do Município de Bocaiúva do Sul, Tunas do Paraná, de todo o vale do Ribeira e grade parte da região do Assunguy. Eram milhares de alqueires que estavam sob o tacão desse coronel que tinha por seu “quartel” e residência o sobrado de esquina na Rua Marechal Deodoro com a Praça Monsenhor Celso (atual Lanchonete Skinão). Segundo se conta, Hermógenes era um homem rude, violento, rodeado de fieis peões e antigos escravos, a seu mando.

Nesse tempo, a política paranaense era comandada pelo líder e presidente do Estado do Paraná, Vicente Machado da Silva Lima, da ala republicana. Por ocasião da Revolução Federalista, no episódio da invasão de Curitiba pelos maragatos de Gumercindo Saraiva, Vicente Machado e sua comitiva pretendiam fugir para Itapetininga e de São Paulo desceriam para o Rio, capital, em busca de organizar tropas e retornar. O caminho do norte era por Cerro Azul e durante a viagem visitaram o Hermógenes e prosseguiram, rumo a Itapetininga. Mas ao cruzar o Rio Ribeira depararam com o alemão construtor Henning e por serem conhecidos conversaram. Foi o bastante para o alemão, que chamou o grupo de covardes em fuga, em vez de reorganizar as tropas no Paraná. O padre Alberto Gonçalves, fazia parte do grupo de retirantes, mas havia ficado atrasado por ser hóspede do padre vigário da paróquia de Cerro Azul, Celso César Itibere da Cunha (o futuro Monsenhor Celso), alguns galopes para trás. Henrique encontrou no caminho para Cerro Azul o padre Alberto e viu a oportunidade de cobrar a dívida de uma comissão de acerto na construção da catedral. O padre retrucou nada lhe dever. Ocasião própria para o alemão arrancar com suas mãos o padre de seu cavalo e arremessá-lo ao chão, dando-lhe uma surra com a “soiteira” de seu cavalo, causando-lhe lesões corporais. Os caboclos da região aplicaram-lhe salmoura e o padre chegou à Itapetininga atrasado três dias, todo machucado.

Com o fim da Revolução Federalista, Vicente Machado retornou, assumindo a liderança e pondo fim às escaramuças. Com todos esses acontecimentos acumulados na mente, mandou chamar o coronel Hermógenes de Araújo e no seu gabinete, com portas fechadas, expôs todos os fatos ocorridos com Henning. Havia mais uma razão: Vicente Machado antes da presidência era promotor e funcionou em processo contra Henning, concluindo que o alemão não gostava de sua pessoa. Vicente Machado explicou ao Hermógenes que o alemão era protegido do Barão de Serro Azul, portanto ambos afinados com o partido da conciliação, contrário aos interesses da política de Vicente Machado. Era preciso silenciar, dar uma lição, um sumiço dele na região: “sua cabeça teria que rolar” (tomado em sentido figurado). Hermógenes rumou para Cerro Azul maquinando como poderia agradar o Presidente com quem tinha laços de amizade. Teria de acertar com esse alemão porque também ultimamente atrapalhava seus negócios no município, cativando os caboclos: sua casa era pousada para muitos viajantes. Concluiu inexistir em Cerro azul pessoa a quem pudesse confiar para essa missão. Lembrou-se de Diamiro Furquim e seu bando, moradores da vila Votuverava (hoje Rio Branco do Sul). Era um homem ousado, perigoso, pistoleiro temível. Diamiro Furquim recebeu o recado e partiu para Cerro Azul, chegando de manhã na casa de Hermógenes, onde acertaram os detalhes e condições do crime. Amanhecera dia 22 de Julho de 1894. Diamiro e seus dois subalternos se encontravam na direção da estrada do Varzeão e lá pelas treze horas já estavam atingindo a porteira da FAZENDA OLHO D’AGUA, dizendo estar em missão de Curitiba, trazendo uma intimação do governo em razão de Henning possuir um fuzil, arma proibida de guerra. O alemão, contrariando as objeções da esposa e filhos, aceitou acompanhá-los até Curitiba. Dizia aproveitar a viagem para acertar uma cobrança em dinheiro em mão de amigos e podia aproveitar para provar quer era sócio do Clube do Tiro ao Alvo e que sua arma era de competição. Diamiro e seus capangas, bem recebidos, chegaram almoçar na casa da família. Henning partiu com os três e pela última vez se despediu de sua família. No caminho, após meia hora, um estampido ecoou na mata. Henning caiu do cavalo, balbuciando: “– Bem dizem que de uma morte a traição ninguém escapa... Porcos...”. O segundo tiro atingiu certeiramente o peito. Apearam do cavalo, arrastaram o corpo para dentro da mata e decapitaram o cadáver. O terceiro bandido, vendo tal frieza, debandou-se. Diamiro e o outro ensacaram a cabeça e amarram-na na sela do cavalo, partindo com destino ao coronel Hermógenes, levando a prova da missão cumprida. O cavalo do infeliz alemão depois de horas retornou à fazenda. A família sentiu que algo de trágico pairava no ar. A desgraça se abatera na família.

Narra a história e os comentários que Diamiro e seus companheiros chegaram à Vila de Varzeão, encheram alguns copos de cachaça na venda da cidade, que também era um lugar de pousada. A mulher do bodegueiro tinha o vício de revistar os cavalos dos fregueses que ali apeavam em busca de alguma farofa ou paçoca. Ao abrir o saco, qual não foi o susto: encontrou a cabeça toda ensangüentada do alemão! Com gritos horríveis atirou-se ao chão e nunca mais se atreveu a bulir nas cargas dos animais. Os bandidos amarraram a boca do saco e firmaram novamente a sela, partindo em seguida. A certa altura pararam em uma raia, onde estava havendo corrida de cavalos. Desmontaram e tomaram outra rodada de cachaça no boteco. Vencidos pelo álcool, desafiaram os presentes para uma disputa de tiro ao alvo. Os que conheciam sua fama se afastaram, outros toparam o desafio. “O alvo eu ofereço” disse Diamiro Furquim e do saco puxou a cabeça do pobre alemão, ajeitando num toco e dizendo “vamos ver quem acerta na boca deste porco”. Os caboclos com tal cena deram o fora, ficando os três facínoras disparar contra o alvo. Cansados da brincadeira, ensacaram novamente a cabeça e continuaram a viagem. Duas versões são conhecidas do desfecho na boca do povo: chegaram à casa de Hermógenes num domingo à noite quando estava acontecendo uma festa. Presentes Vicente Machado e as damas da sociedade. Diamiro colocou sobre a mesa o saco que ao abrir deixava à mostra seu conteúdo. A cena foi terrível: mulheres desmaiavam, Vicente Machado arregalou os olhos, atônito e, quase perdendo a voz, balbuciava: “Não era assim que eu queria. Não era assim. Me interpretaram mal.” A cabeça de Henrique Henning, por ordem de Hermógenes, foi enterrada na própria casa nos fundos do quintal, próximo a um forno. Hoje no local está o posto de gasolina de Marcelo e Sérgio Beira. O corpo foi enterrado no local do crime com uma cruz marcando o lugar, ficando conhecido o local pela expressão “A Cruz do alemão”.

Outra versão popular: Hermógenes enviou a cabeça a Vicente Machado, em Curitiba. Nesta ocasião atendeu a empregada da casa. Disse o capataz que tinha um presente a entregar ao Presidente do Paraná. Quando Vicente Machado abriu a saca, lá estava a cabeça do alemão Henning em estado de putrefação. Foi quando o Presidente disse que havia falado em tom de brincadeira e pediu ao capataz que voltasse com o embrulho trágico. Chegando a Cerro Azul, foi sepultada nos fundos da casa onde morava o Coronel Hermógenes, ou seja, onde hoje está o Posto de Gasolina.

Destino dos personagens:

Aguça a curiosidade o que aconteceu com os outros: Conta-se que Hermógenes teve uma morte de sofrimentos angustiantes. Acometido de “fogo selvagem”, conhecida por febre de pênfigo, agonizou por semanas na cama sob um lençol, nu, seu corpo acometido pela febre alta, pedindo para que jogassem água nele. Faleceu em 1914 e foi enterrado no Cemitério de Cerro Azul. Diamiro Furquim, o matador, também foi morto violentamente: devendo muitos crimes, ofereciam recompensa pela liquidação do pistoleiro e, em certa ocasião, trafegava com seu cavalo pela estrada. Um moço, residente na Capela do Ribeira, atocaiado, acertou-lhe um tiro de Winchester 44, atingindo certeiramente. Ele agonizou durante 21 dias e então faleceu de hemorragia do ferimento. Vicente Machado, advogado e político, natural de Castro, chefe do Partido Republicano do Paraná, foi eleito senador em 1895, em 1904 presidenciou novamente o Paraná, e acometido de um câncer na laringe, faleceu em 03 de março de 1907. Padre Alberto Gonçalves, natural de Palmeira, no Paraná, exerceu na política várias legislaturas. Foi deputado, senador, provedor da Santa Casa, fundou o Asilo Nossa Senhora da Luz e participou da Academia de Letras do Paraná. Bispo. Faleceu no dia 6 de maio de 1945, em Ribeirão Preto, São Paulo.



Outras histórias do Coronel Hermógenes

-Certa vez, entrou em atrito em questão política com Ricardo Emygdio Ribeiro (natural de Catas Altas, São Paulo, casado com Adélia Heidegger e morador de Cerro Azul) que exercia a prática de advocacia, “rábula”. Hermógenes mandou prender Ricardo, que foi montado num burro e escoltado pelos seus capangas, passando pelo meio da Praça Monsenhor Celso, com direção ao lugar chamado de “Ameixeira”, onde era o “matadouro” de Hermógenes (colocava-se uma corda amarrada com uma pedra no pescoço da vítima e se jogava a pessoa no Rio Ponta Grossa). Neste meio de tempo, pessoas que viram Ricardo amarrado pelas mãos, escoltado e seguindo para a execução a “mandus militares”, avisaram Jacinto Bassetti, que era delegado de polícia da cidade. Jacinto Bassetti veio ter com Hermógenes um entendimento e frisou: Se o “Seu” Ricardo não aparecesse correria bala. A praça “qualhava” de pessoas amigas e Bassettis armados. Hermógenes, mais que depressa, mandou a galope um de seus sacropantas buscar Ricardo, lá chegando na última hora. Devolvido Ricardo, o clima político voltou a normalizar-se.



-Certa ocasião um casal de lavradores estava casando na Igreja Católica. Ao sair, os capangas de Hermógenes mataram o noivo a pedradas na praça da cidade.

-Hermógenes era dado a brincadeiras de mau gosto, contava o saudoso Professor Moacir Bassetti. Certo dia apareceu um moço vestido de branco na cidade, todo aprumado, impecável com seu traje. Ele obrigou o moço a montar um cavalo pesteado com ferimentos, em pêlo, e dar uma volta na cidade. Ao descer, seu traje branco estava sujo de sangue das feridas do animal.

-Contam histórias de seu túmulo, no Cemitério, amarrado com correntes grossas de ferro. Essas correntes chegavam a estremecer. Foram benzidas para que o efeito passasse.

-Nos dias de Hermógenes a sociedade cerro-azulense viveu momentos tensos que ficaram gravados na consciência coletiva da sociedade nascente e que perduraram até os nossos dias.

-O contraditório acontece, expressou o Prof. Aderbal Luiz da Rosa: caboclos simples queriam saber se era este ou aquele o túmulo de Hermógenes, admirados dessas histórias, contadas e recontadas. Então perguntavam na sua simplicidade da linguagem da região “é esse o túmulo do MONGE?” (Frade ou religioso de mosteiro).

Fonte: texto de Vania de Moura e Costa, adaptado do livro "A Cruz do Alemão", de Cid Deren Destefani e do estudo "Acordem Cerroazulenses, de Ruy Vilella Guiguer



28 de jul. de 2010

A casa de Carolina e Otto Bichels

No avançar dos anos, a ação missionária presbiteriana estabelecida pelo elo da fé desde a época da Colônia Assunguy, passou a congregar na residência do Sr. OTTO BICHELS E CAROLINA BICHELS, casa de alvenaria ampla, com sótão, varanda com arcos e colunas, sede da chácara, fazendo frente para a estrada de quem vai para Curitiba, distando 3 Km do centro de Cerro Azul. Translado aqui, na íntegra, o texto passado em mão pelo reverendo OSWALDO SOEIRO EMRICH, pastor emérito da Igreja Central Presbiteriana de Curitiba:

“OTTO E CAROLINA casaram-se em junho de 1917. Tiveram 5 filhos e criaram uma menina que mais tarde se casou. Carolina era filha adotiva do reverendo GEORGE LUVERNO BICKERSTAPH e JOSEFINA BICKERSTAPH. O pastor, que várias vezes visitava Cerro Azul, pregava o EVANGELHO, fazia visitas, batizados, casamentos e recebeu algumas pessoas que fizeram pública profissão de fé. As reuniões sempre eram realizadas na casa do sr. Otto e Carolina Bichels.

No distrito do rio Turvo, pertencente ao município de Cerro Azul, havia uma família muito crente, conhecida como família Boddy. Aí, várias vezes, o Reverendo Bickerstaph compareceu, realizando reuniões bastante freqüentadas. Uma coisa a de ser dita: ele nunca pensava no seu conforto material. Aquelas pessoas que ele visitava eram humildes, com poucos recursos financeiros. O que buscava o missionário era a difusão dos ensinamentos bíblicos, colocando na mente daquelas pessoas a consciência da existência de Deus, a quem as orações sinceras deveriam ser dirigidas. Isto alcançou sucesso e difusão, até hoje relembrado pelos mais idosos, que ainda vivem.


Na casa do Sr. Otto e de Dona Carolina eram freqüentes as reuniões – escola dominical e estudo do catecismo. Muitas das vezes, ou melhor, quase sempre, essas reuniões eram presididas por Dona. Carolina Bichels. Também nessa mesma casa foram realizados diversos batizados e casamentos. Pode-se dizer que era a IGREJA PRESBITERIANA DE CERRO AZUL. Ainda no dia do Natal eram feitas belas comemorações. Certa feita apareceu em Cerro Azul um pastor, cujo nome não lembramos, mas que ao saber das dificuldades de locomoção e alojamento, isto na época um tanto difícil, resolveu voltar, pois não se ambientava com desconforto, e assim deixou de efetivar seu trabalho. Tudo era difícil na época. Quando acontecia de algum pastor visitar Cerro Azul, mesmo sendo de outra denominação, sempre chegava a essa casa onde era hospedado, proporcionando satisfação ao casal. Lembramos ainda da visita do Pastor CARLOS STROBERG, que na época era noivo de Griselde Bichels, filha de Alfredo e Elisa Bichels e mais outros filhos do casal: Gilberto, Gertudres e Alfredo Filho. Foi proveitosa esta estada, pois efetuou diversas pregações, muito concorridas apesar da chuva um tanto insistente.


Decorridos muitos anos, o casal Bichels recebeu a visita do Reverendo LUIZ LENZ DE ARAUJO CESAR, sua esposa Dona MARIA e duas filhas, as mais novas. Sempre que podiam estavam lá pregando o evangelho, fazendo batizados, recebendo jovens em pública profissão de fé. Era muito significativo para todos nós, o dia da SANTA CEIA. Algumas vezes também chegava até lá o Reverendo VERGÍLIO SALMON JUNIOR, casado com Reny Connor, sobrinha de Dona Carolina Bichels. Por ocasião das Bodas de Ouro do casal Bichels, Vergílio Salmon foi quem realizou a cerimônia religiosa. Por ocasião desse evento, reuniram-se todos os parentes: famílias von der Osten, Barddal, Natel, Bassetti e Bichels, além de muitos amigos. Em 1970, faleceu o cônjuge varão Otto Bichels com 91 anos. Em 11 de novembro de 1978, faleceu Dona Carolina Bickerstaph, com 93 anos. Até os últimos dias do casal sempre continuou viva a sua fé e o maravilhoso hábito do cristão – ler a bíblia e fazer constantes orações e o culto da família aos domingos.


Os descendentes do casal continuam com os mesmos sentimentos, louvando a Deus pelas graças recebidas e transmitindo sempre que possível, os maravilhosos ensinamentos recebidos”.


                                                                         Curitiba, 27 de junho de 1988
                      
NOTAS CONTITUTIVAS:
• O Reverendo Georg Luverno Bickerstaph, vencido o seu tempo de missões no Brasil, retornou com sua esposa para os EUA, onde ambos faleceram. É avó do herdeiro Luverno Bichels.
• Luverno Bichels (por todos nós conhecido) residia na casa de seus pais Otto e Carolina, tendo nascido em 01/01/1920. Estudou no Colégio Cristão Metodista de Castro. Seu avô materno Bickerstaph quis levá-lo a estudos para os Estados Unidos e seus pais não o deixaram ir. Também estudou em Curitiba na escola americana de orientação evangélica, que mais tarde o acervo patrimonial passou a ser adquirido pelo Reverendo Presbiteriano LUIZ LENS DE ARAUJO CESAR, que vem a ser pai do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Henrique Lens César.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

O Presbiterianismo em Cerro Azul

Nos anais da Igreja Central Presbiteriana do Brasil em Curitiba (fundada em 01.07.1888 e localizada na Rua Comendador Araújo nº 343), encontra-se no primeiro livro de Atas do Conselho (datado de 01/07/1888 a 24/12/1909), registros de batismos, profissão de fé e casamentos de pessoas da antiga Colônia Assunguy. Noticiando, após 28 anos de colônia, o desenvolvimento desta denominação evangélica da fé reformada calvinista e registrando os seguintes trabalhos:


Fl. 04:
-Fizeram a sua pública profissão de fé, em 20/07/1888, em Assunguy: Alfred Westley, George Boddy, Ana Westley e Messias Boddy.
-Menores batizados pelo pastor Rev. GEORGE A. LANDES: Joseph Luiza (1887) filha de Anna Westley e Alfred Westley, Messias Boddy, filho de Messias George S. Boddy

Fl. 8:
-No edifício da igreja presbiteriana de Cerro Azul, no dia 12/04/1889, ocorreram os atos religiosos pelo pastor Rev. MODESTO P. B. CARVALHOSA:
-Menores batizados: Reynalda, nascida em 27/04/1889, filha de Elizabeth e Adolph Bichels e a menor Luiza, nascida em 10/03/1887, filha de Jacob Blathener e Catharina Jacob Blathener.
-No bairro do Turvo, município de Cerro Azul, atos realizados pelo Reverendo CARVALHOSA:
-Em 22/09/1889: menores batizados Maria Lydia (1889) filha de Mécia George Stwart (Messias) Boddy, Brandina (1889) filha de Anna Pires e Alfred Westley. Em 29/09/1889, foi batizada Elsia, filha de Rosa Lina Batista e José da Luz Santos.

-Fl. 33:
-Em 1893, no bairro do Turvo, município de Cerro Azul, atos realizados pelo reverendo G. A. Landes: batizados de Rizpah, filho de Alfred Merrey e Eugênia Merrey, Henrique, filho de Georg S. Boddy e Guilherme, filho de Alfred Westley.
-Em 9/09/1893, pelo pastor Modesto P. B. de Carvalhosa os batismos no Turvo dos menores Ruth e Richard, filhos de Thomas Webb.

Fl. 34:
-Em 01/10/1893, a pública profissão-de-fé de Alberta Bichels, pelo pastor Modesto P. B. Carvalhosa.

-Fl. 40:
-Registra-se Adolfo Scheneider, nascido em 12/07/1896 e batizado em 31/12/1887, filho de Antonio Scheneider (não professo) e sua esposa Sarah Scheneider, pelo Rev. G. A. LANDES;
-Camila Bichels, CARTA DE MISSORIA DE TRANSFERÊNCIA, para alguma igreja na América do Norte, em 13/07/1907.



Deduz-se que dos imigrantes formadores da colônia dos ramos de denominação evangélica nuclearam-se os luteranos e os presbiterianos (originários os primeiros da Alemanha e os segundos da Inglaterra e França), na igreja construída por D. Pedro II, onde é a CASA DA CULTURA DE CERRO AZUL.

No avançar dos anos, a ação missionária presbiteriana estabelecida pelo elo da fé, passou a congregar na residência do Sr. OTTO BICHELS E CAROLINA BICHELS, casa de alvenaria ampla, com sótão, varanda com arcos e colunas, sede da chácara, fazendo frente para a estrada de quem vai para Curitiba, distando 3 Km do centro de Cerro Azul. Translado aqui, na íntegra, o texto passado em mão pelo reverendo OSWALDO SOEIRO EMRICH, pastor emérito da Igreja Central Presbiteriana de Curitiba:

“OTTO E CAROLINA casaram-se em junho de 1917. Tiveram 5 filhos e criaram uma menina que mais tarde se casou. Carolina era filha adotiva do reverendo GEORGE LUVERNO BICKERSTAPH e JOSEFINA BICKERSTAPH. O pastor, que várias vezes visitava Cerro Azul, pregava o EVANGELHO, fazia visitas, batizados, casamentos e recebeu algumas pessoas que fizeram pública profissão de fé. As reuniões sempre eram realizadas na casa do sr. Otto e Carolina Bichels.

No distrito do rio Turvo, pertencente ao município de Cerro Azul, havia uma família muito crente, conhecida como família Boddy. Aí, várias vezes, o Reverendo Bickerstaph compareceu, realizando reuniões bastante freqüentadas. Uma coisa a de ser dita: ele nunca pensava no seu conforto material. Aquelas pessoas que ele visitava eram humildes, com poucos recursos financeiros. O que buscava o missionário era a difusão dos ensinamentos bíblicos, colocando na mente daquelas pessoas a consciência da existência de Deus, a quem as orações sinceras deveriam ser dirigidas. Isto alcançou sucesso e difusão, até hoje relembrado pelos mais idosos, que ainda vivem.


Na casa do Sr. Otto e de Dona Carolina eram freqüentes as reuniões – escola dominical e estudo do catecismo. Muitas das vezes, ou melhor, quase sempre, essas reuniões eram presididas por Dona. Carolina Bichels. Também nessa mesma casa foram realizados diversos batizados e casamentos. Pode-se dizer que era a IGREJA PRESBITERIANA DE CERRO AZUL. Ainda no dia do Natal eram feitas belas comemorações. Certa feita apareceu em Cerro Azul um pastor, cujo nome não lembramos, mas que ao saber das dificuldades de locomoção e alojamento, isto na época um tanto difícil, resolveu voltar, pois não se ambientava com desconforto, e assim deixou de efetivar seu trabalho. Tudo era difícil na época. Quando acontecia de algum pastor visitar Cerro Azul, mesmo sendo de outra denominação, sempre chegava a essa casa onde era hospedado, proporcionando satisfação ao casal. Lembramos ainda da visita do Pastor CARLOS STROBERG, que na época era noivo de Griselde Bichels, filha de Alfredo e Elisa Bichels e mais outros filhos do casal: Gilberto, Gertudres e Alfredo Filho. Foi proveitosa esta estada, pois efetuou diversas pregações, muito concorridas apesar da chuva um tanto insistente.

Decorridos muitos anos, o casal Bichels recebeu a visita do Reverendo LUIZ LENZ DE ARAUJO CESAR, sua esposa Dona MARIA e duas filhas, as mais novas. Sempre que podiam estavam lá pregando o evangelho, fazendo batizados, recebendo jovens em pública profissão de fé. Era muito significativo para todos nós, o dia da SANTA CEIA. Algumas vezes também chegava até lá o Reverendo VERGÍLIO SALMON JUNIOR, casado com Reny Connor, sobrinha de Dona Carolina Bichels. Por ocasião das Bodas de Ouro do casal Bichels, Vergílio Salmon foi quem realizou a cerimônia religiosa. Por ocasião desse evento, reuniram-se todos os parentes: famílias von der Osten, Barddal, Natel, Bassetti e Bichels, além de muitos amigos. Em 1970, faleceu o cônjuge varão Otto Bichels com 91 anos. Em 11 de novembro de 1978, faleceu Dona Carolina Bickerstaph, com 93 anos. Até os últimos dias do casal sempre continuou viva a sua fé e o maravilhoso hábito do cristão – ler a bíblia e fazer constantes orações e o culto da família aos domingos.

Os descendentes do casal continuam com os mesmos sentimentos, louvando a Deus pelas graças recebidas e transmitindo sempre que possível, os maravilhosos ensinamentos recebidos”.


                                                                    Curitiba, 27 de junho de 1988



São estas as últimas informações colhidas da história do desenvolvimento do PRESBITERIANISMO em Cerro Azul. Após o que o movimento se esmoreceu em decorrência certamente da dificuldade de ir e vir da missão de apoio a membresia e da carência de líderes para atender este nobre ministério cristão em Cerro Azul. Na linguagem usual do lugar um “toco” ficou e dele ainda poderá brotar, florir e dar muitos frutos que dependem de serem regados com envio de missão.

NOTAS CONTITUTIVAS:
• Os luteranos congregaram no prédio onde a Casa da Cultura.
• O Reverendo Modesto P. B. Carvalhosa chegou a Curitiba com sua família em 15/08/1888, procedente da Igreja Presbiteriana de São Paulo.
• O Reverendo Georg Luverno Bickerstaph, vencido o seu tempo de missões no Brasil, retornou com sua esposa para os EUA, onde ambos faleceram. É avó do herdeiro Luverno Bichels.
• Luverno Bichels (por todos nós conhecido) residia na casa de seus pais Otto e Carolina, tendo nascido em 01/01/1920. Estudou no Colégio Cristão Metodista de Castro. Seu avô materno Bickerstaph quis levá-lo a estudos para os Estados Unidos e seus pais não o deixaram ir. Também estudou em Curitiba na escola americana de orientação evangélica, que mais tarde o acervo patrimonial passou a ser adquirido pelo Reverendo Presbiteriano LUIZ LENS DE ARAUJO CESAR, que vem a ser pai do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Henrique Lens César.
• Todos esses pastores: Bickerstaph, Modesto Carvalhosa, Carlos Stroberg e Luiz Lens de Araújo César são nomes ligados ao desenvolvimento presbiteriano no Paraná.
• A escola americana passou a se chamar Colégio Belmiro César.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

27 de jul. de 2010

Igreja Batista

Sua primeira fase em Cerro Azul data de 1958, com a presença do pastor Alípio Cordeiro, irmão de Olivir Cordeiro. Iniciou-se na residência de Eduardo Mangger, da comunidade do Quarteirão dos Órfãos, com cultos nos lares dos participantes. O pastor Alípio Cordeiro, em decorrência de compromisso profissional, mudou-se, causando amortecimento do trabalho. Em 1996, com a presença em Cerro Azul ndo médico Dr. JOSÉ CARLOS, ele e sua esposa Priscila retomaram os cultos em seu lar, com o apoio das igrejas batistas de Rio Branco do Sul e do Bom Retiro (de Curitiba). A missão batista instalou-se definitivamente com grande crescimento e aceitação pela comunidade. Em 1997 a missão em Cerro Azul passou para a liderança do PASTOR CARLOS ALBERTO MARTINEZ DIAS, assessorado pelo seminarista Ruy de Paula Morais. Como construir? Foi então que a convenção batista paranaense, em intercâmbio com a convenção batista da Virgínia (EUA), apresentou o projeto de evangelismo baseado na construção do templo, que se concretizou com a vinda a Cerro Azul de 13 americanos missionários no mês de julho de 1999. Com suas próprias mãos edificaram em prazo recorde a igreja de alvenaria, bancos e púlpito, não medindo esforços e trabalhando dia e noite. No mesmo mês, em 31/07/1999, foi inaugurada a primeira igreja batista de Cerro Azul, com capacidade para acomodar 100 pessoas sentadas.
-Sistema de governo: assembléia geral dos membros
-Regência: pastor, diácono
-Batismo por imersão na idade da razão

Fonte: Estudo “ACORDEM CERROAZULENSES” – Dr. Ruy Vilella Guiguer

Igreja Evangélica Monte Sinai

O movimento iniciou-se em 1995, na área do pátio da prefeitura, próximo à Vila Eliane. Começou com o líder pastor Jose Ribeiro (65 anos) e sua esposa Erodias Mariano Ribeiro, moradores do local. Era uma casa de madeira pequena que aos poucos foi sendo reformada com capacidade de acomodar 60 pessoas sentadas. Tem estatuto registrado e não é filiada a nenhuma denominação. Só existe em Cerro Azul.
-Hinologia – Adota a HARPA da assembléia de Deus e cânticos de louvores (corinhos) os convencionais evangélicos.
-Sistema de governo - assembléia Geral.
-Regência - pastor, presbítero, diácono, obreiro ou cooperador.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

Igreja Pentecostal Deus é Amor

O movimento surgiu em 1975, através do Sr. Osvaldo de Jesus Mangger, em razão de uma sua filha ser curada do coração, recebendo a graça divina à sua saúde, por ocasião do congresso de Davi Miranda em Curitiba. Mangger, convertido com sua família, passou a freqüentar essa denominação em Tunas do Paraná, porque aqui em Cerro Azul esta igreja ainda não existia. Foi assim durante dois anos, com mais algumas pessoas também convertidas. E, com muita luta, em 1977 o grupo adepto conseguiu alugar o salão de Salvino de Mattos, que antigamente era de seu sogro Germano Fitz. Com o estatuto registrado ficou fundada a igreja com a presença do presbítero ANGELO BIOLA. O grupo, estimulado, comprou o terreno de Antoninho de Castro, onde hoje se localiza a sede, na rua São Jorge s/n, uma construção de alvenaria com capacidade de acomodar 258 pessoas sentadas.
-Regra - a Bíblia
-Batismo por imersão na idade da razão
-Hinologia - harpa e cânticos de louvores (corinhos)
-Sistema de governo - Assembléia Geral e em certos casos pela reunião dos chamados Daniéis e Presbíteros, diáconos e pastores.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

26 de jul. de 2010

Igreja do Evangelho Quadrangular

Sua vinda para Cerro Azul ocorre em 1973, através do membro NESTOR AZEVEDO SALES com reforço mais tarde de Dr. Renato Carneiro e Luverno Bichels.

-Hinologia: hinário da cruzada nacional de evangelização.
-Sistema de governo: por assembléia geral.
-Regência: diáconos, obreiros, assistente ministerial, ministros e pastores.
-Batismo por imersão.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

Congregação Cristã no Brasil

Entrou em 1957, através do irmão JOÃO B. LAITENER. O 1º cooperador foi PEDRO BORBA e a seguir, Miguel Rocher e nos tempos atuais, Pedro Desplanches e outros membros. Geralmente seus templos seguem um padrão de alvenaria.

-Sistema de Governo: estatuto (não adota pastor) regido por coordenador, ancião, diácono.
-Hinologia: hinário hinos de louvores e súplicas a Deus. Possui excelente banda.
-Batismo por imersão.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

Igreja Assembléia de Deus

Entrou nesse município em 1957, através de membros de Tunas do Paraná e o primeiro Pastor foi ONOFRE GREGORIO. Hoje está sob a liderança do pastor Edson Feitosa.

-Sistema do governo: pastor, presbíteros, diáconos e obreiros.
-Hinologia: hinário à HARPA e cânticos de louvor e os usuais nas igrejas evangélicas, (corinhos). Possui ótima banda.
-Batismo por imersão.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer

Igreja Católica Apostólica Romana

Fundada a colônia em 1860, doze anos após, deu-se a criação da PARÓQUIA (02/04/1872), ainda no período imperial. Primeiro respondeu eclesiasticamente e juridicamente pela diocese e mitra de S. Paulo e atualmente pela Diocese de Paranaguá, responsável pelas igrejas das regiões litorâneas. A padroeira de Cerro Azul é NOSSA SENHORA DA GUIA e a Igreja Matriz está localizada no centro da cidade. A primeira igreja era de madeira muito bem trabalhada, fazendo frente para a Avenida Getúlio Vargas (a rua do Supermercado Rede Master), que teria durado 62 anos. A segunda igreja, de alvenaria, com frente para a Praça Monsenhor Celso, comporta 200 pessoas sentadas. No seu interior está o “quadro de honra” dos benfeitores das obras de reforma da matriz, realizadas em 1934 pelo construtor INACIO ZDROGESKI, sendo vigário na época FREI TOMAS CAPUCHINHO.
Alguns registros dos primeiros livros tombos dos anais da igreja:
Padre EDUARDO GIEBELEZ, de nacionalidade alemã, foi o primeiro padre vigário a assumir a paróquia na então antiga colônia Assunguy, em 1873, por um pequeno período de dez meses (janeiro a outubro do ano referido). O primeiro casamento católico foi realizado no dia 26 de janeiro de 1873, de José da Luz com Rosalina Malcondes, e também o primeiro batizado, do menor de seis meses FELIX, filho do casal Calixto José de Brito e Mariana da Silva, ocorrido em 10 de janeiro de 1873. O segundo vigário foi padre CELSO CESAR ITIBERÊ DA CUNHA, que desenvolveu sua pastoral por um período de 17 anos (1873 a 1890) e mais tarde retornou em 1893/94 e, quando elevado a Monsenhor, por um período curto de um ano, ou seja, de 1905 a 1906. Seu ministério compreendeu parte da fase do império e parte da república. Seus primeiros atos religiosos foram: benzimento do casamento ocorrido em 18 de setembro de 1873, e seu 1° batizado administrado em 18 de novembro de 1873, à menor FERMINA, de um mês, filha legítima de José Lucio Rodrigues e Maria da Conceição.
Os dois primeiros livros de registros de batizados e casamentos foram vistoriados por Don Lino, Bispo Diocesano em visita a Serro Azul, no dia 21 de janeiro de 1882, e novamente revistoriado e arquivado por Don José, bispo diocesano, quando em estada pastoral em Cerro Azul, em 05 de setembro de 1894. Também nesses dois livros de registros se indica “Freguesia de Serro Azul, Nossa Senhora da Guia, Colônia de Assunguy”, rubricados por Agostinho Machado Lima, então vigário da Vara da Comarca. O sino da Igreja foi doado por Luiza Henz Straube e seu marido Guilherme Straube doou o relógio, ambos vindos da Alemanha. Vários vigários se sucederam durante esses longos anos:

1.Padre Eduardo Giebelez, Alemão, 1873 (janeiro a outubro) – 10 meses.
2.Padre Celso César Itiberê da Cunha, 1873 a 1890 – 17 anos.
3.Padre Antonio Joaquim Ribeiro, 1890 a 1891.
4.Padre Matheus Barroso, 1891 a 1892.
5.Padre João Batista Vaness, 1892 a 1893
6.Padre Celso César Itiberê da Cunha, 1893 a 1894.
7.Padre Matheus Barroso, 1895 a 1896.
8.Padre Afonso Lê Bris, 1896 a 1904.
9.Monsenhor Celso César Itiberê da Cunha, 1905 a 1906.
10.Padre Afonso Lê Bris, 1906 a 1916.
11.Padre Raimundo Castillon, claretiano, 1916 (interino).
12.Padre Candido das Cinco Chagas, passionista, 1916 (interino).
13.Padre João Mendez, 1916 a 1920 (fez o muro e a cerca).
14.Frei Theofilo de Thiene, capuchinho, 1920 (colocou o relógio).
15.Frei Tomaz de Moruzzo, capuchinho, de 1920 a 1926.
16.Frei Anselmo de S. Mauro, capuchinho, 1926 a 1927.
17.Frei Tomaz de Moruzzo, 1927 a 1929.
18.Frei Tarcisio de Bovolone, capuchinho, de 1929 a 1930.
19.Frei Constantino de Cellore, capuchinho, de 1930 a 1932.
20.Frei Tomaz de Moruzzo, capuchinho, de 1939 a 1942.
21.Frei Luiz de Bassano, capuchinho, 1942.
22.Frei Constantino de Cellore, capuchinho, 1942 a 1946.
23.Frei Demetrio de Dueville, capuchinho, 1946 a 1954 (fez o piso da igreja com ladrilhos e a calçada externa do muro).
24.Padre Luciano Hussai, severiano, 1954 a 1960 ( fez várias obras, entre as quais, o Instituto São Francisco Xavier, atual Colégio Estadual Princesa Isabel. ).
25.Padre José Milani, severiano, 1960 (janeiro a julho).
26.Padre Mario Del Sante, severiano, 1960.
27.Padre Aurélio Basso, severiano, 02.02.1961.
28.Padre Camilo Ferrarini.
29.Padre Pedro Ferrari, 1965 a 1976.
30.Padre Henrique Kulesza, 1978 a 1979.
31.Padre ANTONIO KONKEL, 1980 até a presente data.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES", de Dr. Ruy Vilella Guiguer