26 de jan. de 2011

DONA IRIDÊ

Estive ontem com uma pessoa extraordinária que temos o privilégio de ter entre nós. Eu já a conhecia de vista e também já ouvira falar a respeito dela. Porém, nunca tínhamos nos falado anteriormente. O prazer que tive em conversar com ela superou minhas expectativas: trata-se da nossa querida DONA IRIDÊ, dona de uma memória prodigiosa e de uma conversa que cativa. Recebeu-me ontem em sua casa, no final da tarde para uma gostosa conversa (que incluiu logicamente muito das suas memórias). Lá estavam também o Odilon Bichels (descendente do 1º Bichels de Cerro Azul) e a Dra. Léia Silva (filha de um dos nossos queridos cerroazulenses pracinhas da FEB de saudosa memória – o Sr. Antonio Silva, cuja mãe era da família Klug).

Dessa conversa, resultaram algumas informações preciosas que registro aqui:

Seu nome completo é Iridê Taborda Ribas von der Osten. Ela nasceu em 28/10/1929, na cidade de Rio Negro, filha de Pergentino Taborda Ribas e Wilhelmine Lüeb Heidegger e neta de Francisco Taborda Ribas, que foi prefeito daquela cidade. Com a morte de seu pai, em 1935, Dona Iridê veio para Cerro Azul, onde sua mãe casou-se novamente com o Sr. Emílio Heidegger, um dos filhos de José Heidegger. Sobre os Heidegger ela nos conta: o casarão histórico onde hoje funciona a Lanchonete “CASARÃO” foi construído por José Heidegger e passou por herança aos seus descendentes até ser comprado pelo pai do atual proprietário, o Sr. Ricardo Luiz de Oliveira. O imigrante José Heidegger, natural da região européia da Alsácia Lorena, fixou-se aqui ainda na época da Colônia Assunguy, inicialmente na comunidade do Turvo, vindo posteriormente para a sede do município. Seus filhos homens: Emílio Heidegger e Darci Heidegger (pracinha da FEB, condecorado com medalhas dos E.U.A.). Em 1937, com a implantação da linha telefônica na região, Emílio Heidegger começou a trabalhar como guarda-fios, mantendo a linha limpa e roçada.

Em 15/01/1949 Dona Iridê casou-se com Dourival von der Osten (o “seu Ninico” de saudosa memória), filho de Alberto von der Osten, neto de Willand von der Osten e bisneto de Alfredo von der Osten. A ponte “Alberto von der Osten”, de concreto, sob o Rio Ponta Grossa, foi construída durante uma das gestões do Prefeito Athanagildo de Souza Laio, quando a antiga ponte, de madeira, desabou. A nova ponte foi construída em terras doadas pelo Sr. Alberto von der Osten. Dona Iridê nos conta que até que a nova ponte ficasse pronta o Prefeito construiu outra, provisória, próximo à sua casa. Para os que não conhecem Cerro Azul, parte do rio Ponta Grossa localiza-se no centro da cidade. Tanto é que em vários registros históricos, encontro menções da formação da Colônia Assunguy “às margens do Rio Ponta Grossa”. A sede da Colônia Assunguy – o 2º Território – abriga hoje a sede do município de Cerro Azul.

Dona Iridê lembra com muita saudade da casa onde funcionava o Correio: o capitão Guilherme Straube, enteado de Alfredo von der Osten e um dos primeiros Prefeitos de Cerro Azul, era comerciante e sua residência e casa comercial ficava numa antiga casa da Praça Monsenhor Celso, onde hoje fica a “Multiloja”. Segundo ela, era uma casa comercial que oferecia artigos finos, vindos diretamente da Europa. Ali funcionou também a agência do Correio de Cerro Azul, onde Dona Iridê trabalhou durante 30 anos.

Durante nossa conversa, O Sr. Odilon me contou também que os imigrantes alemães (e irmãos) Alfredo von der Osten e Adolf von der Osten aceitaram lutar na Guerra do Paraguai devido à promessa por parte do governo de receberem “letras” de terra na Colônia Assunguy. Adolf morreu logo no início do conflito e Alfred fixou-se na Colônia, vindo a ser o 1º von der Osten da região (parece que o governo não cumpriu devidamente a promessa... mas, ainda assim, ele prosperou).

Lothario von der Osten, possivelmente filho de Adof von der Osten e sobrinho de Alfredo von der Osten, que tinha por profissão piloto (desenhista), foi quem desenhou o primeiro mapa de Cerro Azul. Contou-me o Sr. Odilon que no verão, Lothario mudava-se para a localidade da Serra, devido ao calor.

Aos 14 anos Dona Iridê começou a trabalhar como professora municipal, à época do Prefeito Oscar Bassetti. Mas na maior parte de sua profissional trabalhou no Correio, onde iniciou em 02/11/1951, trabalhando até 1979. Dona Iridê foi a 3ª funcionária dos Correios em Cerro Azul. Antes dela trabalharam Dona Maria Bianchini (avó de Dona Alvina Rocha) e Dona Maria Etelvina Ciola de Oliveira.

Assim como Dona Iridê, Cerro Azul tem várias e importantes mulheres, que ajudaram e ajudam a construir nossa história. É de extrema importância registrar suas memórias para que as novas gerações fortaleçam cada vez mais o amor que devemos ter por essa terra – o nosso Cerro Azul, palco onde somos todos protagonistas dessa grande história que vai sendo construída e contada todos os dias!



O PRIMEIRO BICHELS EM CERRO AZUL

Os 12  filhos de Theodor Adolf  Bichels, já adultos

Entre os pioneiros da Colônia Assunguy figura o nome de Theodor Adolf Bichels, Adolf Bichels, como ficou conhecido (já que o nome Theodor, com a pronúncia na primeira sílaba – Theo – não deveria ser facilmente assimilada pela língua portuguesa). Ele imigrou da Alemanha em 1857, tendo chegado ao Brasil em Itajaí em 26 de agosto de 1857 após 14 semanas de viagem em um veleiro vindo de Hamburgo – Alemanha. Juntamente com ele vieram seus pais e seis irmãos e, inicialmente, radicou-se em Blumenau – Santa Catarina. A criação da colônia Assunguy na, então, Província do Paraná levou-o a radicar-se na região. Seu nome consta em primeiro lugar no livro de registro da Colônia (o nome de família BICHELS remonta o século XVI e significa “os homens das colinas”. Existe, atualmente, no estado alemão de Schleswig-Holstein um distrito com este nome).

Na Colônia Assunguy Adolf Bichels teve designado um lote de terras, conforme se lê no documento de Designação de lote de terras, escrito em português e em alemão (Land Anweisungs – Schein – em alemão gótico):

“Ao senhor Adolf Bichels fica pelo presente designado o lote de terras mencionado na planta da Colônia, districto de Medição do Assungui Território II Quarto N-E da Secção No 78 e tendo a área de 62500 braças quadradas, pouco mais ou menos, afim de adquiril-o como propriedade sua, sob a condição de cultura e morada habitual e effectiva, e sujeito ás mais obrigações inherentes á compra do mesmo lote [...] (transcrição literal do documento)

Seguem-se dez condições a serem obedecidas pelo colono que recebia as terras mediante hipoteca e que deveria pagá-las ao preço de “tres rs. por braça quadrada” (rs. - reis, a unidade monetária da época). Em 05 de setembro de 1879, tendo cumprido todas as suas obrigações e pago totalmente pelas terras, recebe o colono Adolf Bichels o título definitivo das mesmas.

Casado com Elizabeth Ernestina Straube, em 20 de novembro de 1869, teve doze filhos. A todos possibilitou uma educação completa, enviando-os a Curitiba e São Paulo para cursarem boas escolas. Radicou-se firmemente na colônia, hoje Cerro Azul e, com seu trabalho, juntamente com seus filhos e filhas ao longo de anos e anos, adquiriu muitas outras terras, muitas das quais seus bisnetos e tataranetos continuam ainda como proprietários. Em 18 de maio de 1913, com setenta anos, veio a falecer.

FONTE: Sr. Arlei Bichels e Arquivo da Casa da Cultura de Cerro Azul

25 de jan. de 2011

MAXMILIANO VON DER OSTEN

Filho dos imigrantes alemães Alfred e Ernestine. Nasceu em 1853. Casou-se com Paulina Hanke (então com 24 anos), de Curitiba. Casaram-se em 16.04.1889. Segundo consta,  como testemunha de casamento escolheram um individuo dentro do grupo étnico (alemão) e outro fora. Tiveram 6 filhos. Todos batizados na Igreja Católica. Na escolha dos padrinhos de batismo, prevaleceu o contato fora do grupo étnico, numa proporção de sete para 5. O único contato da família com a Igreja Luterana se deu pelo casamento de dois filhos, mesmo assim, um dos filhos ( a mulher), que casou em 1923 na  Igreja Luterana, faz nova cerimônia com o mesmo cônjuge em 1947 na Igreja Católica.

FONTES:
RANZI, Sirlei Maria Fischer. ALEMÃES CATÓLICOS: Um Estudo Comparativo de Famílias em Curitiba (1850-1919) - Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1996.

20 de jan. de 2011

Francisco Cropolato

Prefeito de Cerro Azul de 1893 a 1896(?). Seus netos e bisnetos estão espalhados nos bairros Lageadinho e Lageado Grande e Assungui, como Ademar Lins Cropolato, filho de Esmael Cropolato, neto de Salvador Cropolato e bisneto de Francisco Cropolato.

8 de jan. de 2011

OS ARSIE

Assim está está escrito no verso da foto acima:

CASAL LUIGI VITTÓRIO ARSIE E LUIGIA ÓNGARATO ARSIE
Primeiros e únicos imigrantes italianos da família “Arsie” a desembarcarem no Brasil em 18/11/1888. A bordo do navio de nome “Pó”. Nascidos em Castello Di Godego- Veneto- Itália.
Ele em 08/09/1848 - Filho de: Ângelo Arsie e Caterina Bobbato Arsie
Ela em 02/01/1851- Filha de: Giácomo e Apollonia F. Ongarato
Maritati Il 29/11/1873
Chegaram ao Brasil com seus filhos:
Ângelo Giocondo – 13 anos
Antônio Giácomo – 12 anos
Virgínia Pasqua – 10 anos
Verginio Pietro – 8 anos
Ângela – 6 anos
Caterina – 5 anos
Maria Speranza – 4 anos
Bruno Ernesto – 1 ano e 6 meses.
Nascidos no Brasil; José e Ângelo.

“A todos obrigado pelo exemplo de fé, trabalho e amor que nos deixaram.”
FAMÍLIA ERNESTO BRUNO ARSIE.

Fonte: Dona Luiza Briatori

6 de jan. de 2011

Os Pioneiros

No livro de Registro de entrada de colonos da Colônia Assunguy (no Museu da Casa da Cultura de Cerro Azul) consta a entrada dos italianos Giovanni e Anunciatta, os primeiros Bassetti de Cerro Azul. Se alguém tiver a informação, gostaria muito de saber a data da viagem, qual e como era a sua terra natal na Itália, o navio em que vieram, etc.