2 de ago. de 2010

Economia no início do século XX

[...] Com a República, Cerro Azul foi deixado ao largo do movimento de transportes regionais. A população “entalada” [...] na bacia do rio Ponta Grossa, cercada de montanhas de todos os lados, resistia às dificuldades, graças ao heróico espírito do idealismo europeu. Cerro Azul marcou época no cenário paranaense. Os comentários literários elogiam ser “cidade próspera”, “em grande desenvolvimento”, “promissora na economia”. Olhava-se com “bons olhos”. Abria-se um futuro. [...] Período de grande crescimento demográfico. O recenseamento escolar de 1916 indica índice de crescimento populacional para 13.226 habitantes. O recenseamento de 1920 elevou para 16.589 habitantes.

Registra-se também grande produção de POLICULTURA nas suas terras montanhosas, mas férteis, com abundância de águas e nascentes. Marca época de fartura. Os celeiros eram fartos: vendiam e sobrava. [...] O saudoso professor Moacir Bassetti contava que visitando a exposição de produtos do Paraná, na fazenda modelo do Estado, em Ponta Grossa, lia-se em cartaz ao público: “1º lugar em suínos – Palmas, 2º lugar na criação e venda de suínos - Cerro Azul”, concluindo que aqui se negociavam milhares de porcos por ano e derivados. Tínhamos a fabrica “Lílian” de Alberto Domingos Bassetti (e dali saía carne embalada e banha) e também a fábrica de Carlito Golinelli. Segundo Armando Pimentel, “em fins de ano saíam três a quatro caminhões de caprinos para abate em São Paulo. As ruas eram de terra e saibro e o comércio forte, com grande movimentação de carroções puxados com parelhas de animais, carroças. Corria o dinheiro. Viajando pelo interior, os safristas faziam grandes derrubadas de mato, plantavam roças de 10 a 30 alqueires e soltavam os porcos magros acriolados no lugar, obtendo no final boa renda.” Foram esses homens, os safristas do passado, que colaboraram sem medir esforços para elevar nosso município ao 2° lugar no Paraná na suinocultura e seus derivados: ANTONIO DE FRANÇA VAZ, AQUILES MOREIRA DOS SANTOS, ANTONIO ANTUNES CORDEIRO, ANIBAL ROSNER, CESINANDO GABRIEL DE OLIVEIRA, CESINANDO CORREA DE MOURA E COSTA, HIPÓLITO MONTEIRO, JOAO NORMANDO DE MOURA E COSTA, PEDRO GABRIEL DO NASCIMENTO, JONAS TEIXEIRA DA SILVA, CARLOS BALLES, SILVIO DE SOUZA, e tantos outros.

Segundo relata Lauro de Moura e Costa, nesse memorável tempo existiam em Cerro Azul fábrica de lataria ou vasilhames em lata de Antonio de Araújo, selaria de Ernesto Bardal; alfaiataria de Casemiro de Araújo e olaria de tijolos e telhas de Humberto Charquetti.

Fonte: Estudo "ACORDEM CERROAZULENSES" - Dr. Ruy Vilella Guiguer





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